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Investigação avaliativa em saúde para o desenvolvimento sustentável

 

Debater os caminhos possíveis para a equidade nas investigações avaliativas em saúde foi o propósito da exposição da pesquisadora do Departamento de Endemias Samuel Pessoa, da ENSP, e integrante do Laboratório de Avaliação de Situações Endêmicas Regionais (Laser/Densp), Marly Marques da Cruz, durante o 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva – Abrascão 2018. “Nos últimos tempos, tenho me inquietado muito não só com a produção científica da avaliação, mas também com algumas experiências em relação a ela”, disse Marly.

+ Leia a matéria no site da ENSP/Fiocruz

A mesa Equidade nas investigações avaliativas em saúde foi coordenada pelo professor e pesquisador do Departamento de Políticas Públicas e Saúde Coletiva, da Universidade Federal de São Paulo, Juarez Pereira Furtado. Além de Marly, a atividade contou com as exposições de Maria Guadalupe Medina, do Instituto de Saúde Coletiva da Bahia, que falou sobre a produção do conhecimento, ação política e equidade em saúde, e de Laura Terenciani Campoy, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, que abordou as boas práticas de equidade na investigação pública.

Segundo Marly Cruz, a proposta dessa mesa surgiu a partir de uma temática sobre a qual a pesquisadora tem se debruçado nos últimos tempos e foi tema de recente publicação do Instituto de Medicina e Higiene Tropical Equidade na Investigação em Saúde para o Desenvolvimento (Supl. 2), disponível on-line: http://anaisihmt.com/index.php/ihmt/issue/view/4v.

A pesquisadora comentou sua inquietude a respeito não só da produção científica da avaliação, mas também com experiências relacionadas à avaliação, “sobretudo com o que chamamos de avaliação e que não tem muito a ver com o que é estudado sobre ela”, disse Marly Cruz, afirmando, preocupada, que a avaliação parece estar indo por um caminho comum. “É como se tudo coubesse numa caixa chamada avaliação.

Marly falou sobre a equidade em investigação avaliativa com foco na cooperação em saúde para o desenvolvimento sustentável. A apresentação foi organizada com base nos desafios para o desenvolvimento sustentável (ODS), e a pesquisadora comentou acerca das parcerias e equidade na investigação; mencionou, ainda, uma iniciativa muito específica, que é o Research Fairness Initiative (RFI – Iniciativa para a Equidade na Investigação), e tal iniciativa no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT); o porquê de o Instituto vir se utilizando dessa ferramenta como uma iniciativa de equidade na investigação, assim como a equidade e a investigação avaliativa; e os caminhos possíveis para a investigação avaliativa equitativa.

“Estamos mergulhados em desafios que não são somente brasileiros. O mundo está vivendo uma série de questões, tais como o esgotamento dos recursos naturais, os impactos negativos da degradação ambiental, a escassez de água doce, a perda de biodiversidade, as ameaças globais de saúde, os desastres naturais, o extremismo violento, o desemprego, o deslocamento forçado de pessoas, a desigualdade de gênero, as disparidades de oportunidades, riqueza e poder, entre outros. E, se buscarmos, veremos que esses são justamente desafios colocados no documento que fala sobre a Agenda 2030”, disse a pesquisadora.

A Agenda para o Desenvolvimento Sustentável surge como compromisso mundial e traz 17 objetivos sustentáveis. Marly fez sua apresentação focada no 17º objetivo, que trata do fortalecimento dos meios de implementação e da revitalização da parceria global para o desenvolvimento sustentável. Cada um dos objetivos tem uma frente específica, e esse trata da parceria global.

Ela alertou que, talvez, ainda não estejamos pensando no ataque à ciência. No entanto, essa é uma questão a ser considerada, pois a ciência vem sofrendo de várias formas, como o desmonte de instituições de ciência e tecnologia e universidades, cortes de verbas e financiamentos etc. “De alguma forma, o que podemos observar é que precisamos da investigação da ciência, tecnologia e inovação para enfrentarmos muitos dos desafios postos hoje. Ela é fundamental para alcançarmos o desenvolvimento social e econômico. Porém, para que isso seja atingido, é necessário que sejam valorizados e considerados como impulsionadores das modernas economias do conhecimento”, defendeu Marly.

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