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Vida, Saúde e Ambiente em debate no VI CBCSHS

Flaviano Quaresma

O Grande Debate “Vida, Saúde e Ambiente”, coordenado por Ary Miranda, da Fiocruz, apresentou Raquel Rigotto (UFC), Dina Czeresnia (Fiocruz-RJ) e Raul Borges Guimarães (UNESP-SP).

Para começar, Dina Czeresnia apontou as questões contemporâneas para o estudo da Vida, reflexões e as formas de compreender o corpo nesse processo. Falou sobre dualidades no campo da Saúde Coletiva, nesse sentido, que relaciona o biológico/social e o individual/coletivo. “A vida é uma experiência que é uma multiplicidade de sentidos, com diferentes campos do saber”, ressaltou. Dina constata que apesar do desenvolvimento das Ciências, a resposta para “o que é vida” ainda não existe de forma completa e isso traz uma série de indefinições. O ponto alto esteve na explanação da “Epigenética”, que é uma nova interpretação sobre a Teoria da Evolução, o que chamou atenção do público para um debate mais amplo sobre o tema.

O geógrafo Raul Borges Guimarães disse ter se sentido “um estranho no ninho”, entretanto apresentou um panorama, para muitos, desconhecido, de geógrafos preocupados com o desenvolvimento das políticas públicas de saúde no Brasil. “Sempre tive interesse pela área da saúde, mas nesse contexto do VI CBCSHS, me sentir impelido a me associar à Abrasco por perceber a grande importância da Saúde Coletiva”, revelou. Citando Milton Santos em boa parte do contexto de sua apresentação, e partindo da dimensão geográfica para entender a dimensão da “vida, da saúde e o ambiente”, Guimarães afirmou que o “tempo” está relacionado à vida em várias âmbitos geográficos. “No estudo das sociedades não basta considerar o tempo natural, não basta trabalhar sociedade/natureza e o ser social é um grande desafio para reflexão e análise”, pontuou.

Raquel Rigotto, relacionando todos os temas trabalhados por Dina Czeresnia e Raul Guimarães aos trabalhos desenvolvidos pelo Tramas, no Ceará, explanou as dimensões epistemológicas, sócio-políticas e da injustiça ambiental. “É preciso destacar que estamos num processo histórico de acesso desigual aos recursos naturais. Entre outros problemas, ressalto a desvalorização da Ecologia de saberes tão importante para compreender processos sociais no ambiente da relação entre a vida, a saúde e o ambiente, como também na tomada de decisões no quando e onde intervir com políticas públicas em localidades, consideradas pelos órgãos oficiais governamentais como espaços mortos”, disse. Raquel apresentou relatos de agricultores familiares envolvidos nos projetos do Tramas, que consideram a perspectiva social e seus desdobramentos uma questão de saúde. “A sucessão rural, no âmbito da agricultura familiar, é algo importante para refletir. Há uma grande cota de jovem deixando o campo seja para buscar oportunidades de trabalho ou mesmo para estudar e que não querem regressar para sucederem os pais na agricultura familiar. Persiste o atraso do pensamento sobre a desqualificação do rural, da vida rural. As políticas não fortalecem a vida no campo. A questão-chave da mobilidade campo/cidade também deve ser estudado e considerado nesse processo”, pontuou.

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