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A violência contra mulheres de classe média, moradoras da Tijuca e Usina, foi o foco do trabalho realizado pelos pesquisadores Ana Maria Porto Costa e Paulo Apratto, da Universidade Estácio de Sá. Segundo a pesquisa, a violência contra a mulher causa mais mortes entre as moradoras de 15 a 44 anos da Tijuca e Usina do que o câncer, a malária, os acidentes de trânsito e as guerras.

Os casos acontecem, principalmente, dentro de casa, sendo os agressores os filhos homens e os maridos. Nas ruas, a violência contra a mulher se manifesta pelo assédio sexual e moral no trabalho, pelas agressões sexuais, pelo estupro coletivo, pelo tráfico sexual, pelo uso da mulher na pornografia, pela escravidão e pelo preconceito. As formas de opressão são variadas. Dominação e crueldade que incluem assassinatos, estupros, abusos físicos, sexuais e emocionais, prostituição forçada, mutilação genital e violência racial.

Realidade Tijucana

O objetivo da pesquisa, realizada por Costa e Apratto, foi estimar a prevalência da violência praticada contra mulheres de classe sócio-econômica privilegiada, cadastradas no Programa Saúde da  Família da Caixa Beneficiente dos funcionários do Banco do Brasil/CASSI- RJ, residentes nas áreas da Tijuca e Usina. Entre os pontos observados foram verificados: os tipos de agressão sofrida, a freqüência dos maus tratos ocorridos no último ano, o perfil das mulheres vítimas da violência, os fatores de risco para elas e o que leva as mulheres vítimas da violência a não denunciar o agressor.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) revela, no Relatório Mundial sobre Violência e Saúde, que todo ano mais de um milhão de pessoas perdem a vida e muitas outras sofrem lesões não fatais, por causas violentas.

Participantes de Congresso Mundial divulgaram manifesto contra a violência

No mesmo dia, os participantes do 11º Congresso Mundial de Saúde Pública divulgaram um manifesto  propondo que a segurança pública e o combate à violência sejam assumidos como política de prioridade nacional no Brasil. O manifesto informa que a violência se transformou na segunda causa de mortalidade geral da população brasileira e na primeira causa de morte na juventude.

A comunidade da área da saúde coletiva destaca no manifesto que “a violência se tornou um inequívoco problema de saúde pública de elevadíssima importância epidemiológica, ao mesmo tempo em que evidencia uma crise profunda de segurança pública”.

O tema violência tem sido um dos assuntos mais debatidos nos Congressos. Podemos destacar na programação: Violência contra mulheres, idosos e crianças, violência no trânsito e os impactos da violência no sistema público de saúde são alguns dos problemas que estão motivando intensas discussões entre os participantes e especialistas.

A comunidade da saúde coletiva tem consciência que a maioria dos males que afligem a saúde da população passa principalmente pelos estilos, situações e condições de vida. O manifesto aponta ainda para o fato de que o quadro de violência afeta profundamente a saúde física e mental dos brasileiros. Os congressistas dirigiram o apelo, sobretudo, aos candidatos às eleições de outubro nos cargos de presidente, governador e deputados.

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