Organizações e representações de direitos dos aborígenes e de demais povos originários de diversos países e territórios realizaram encontro na Austrália, durante o 15º Congresso Internacional de Saúde Pública, em abril deste ano, para debater a saúde física e, principalmente, mental de seus irmãos. A troca de informações e de apoio deu as condições para a redação da Declaração de Bem Estar dos Povos Originários (First Nations Wellbeing Statement – em livre tradução), abraçada pela Federação Mundial das Associações de Saúde Pública – WFPHA, que criou seu primeiro grupo de trabalho dedicado à saúde indígena.
Com esse debate, a WFPHA quer estimular que as associações filiadas abracem a temática e promovam discussões e ações junto às comunidades internacionais da Saúde Pública e Coletiva, dando destaque para o dia 09 de agosto, dia internacional dos povos indígenas.
O documento ressalta que, por ano, mais de 800 mil pessoas vem a óbito por conta do suicídio, sendo a maioria homens e mulheres marginalizados por pertencerem a grupos vulneráveis, com destaque para os povos originários. O suicídio é um problema de saúde pública e pode ser evitado. No entanto, o assunto ainda é um tabu e os sistemas de saúde, em sua maioria, não estão preparados para lidar com os povos originários, situações estas que atrapalham na definição de estratégias de prevenção e a salvar vidas.
Entre as ações, o documento destaca a compreensão e a defesa da cultura e do conhecimento dos povos originários como elementos centrais para avanços dos sistemas de saúde, devendo ser, inclusive, elementos de validação e acreditação desses sistemas; a inclusão da temática indígena nas abordagens sobre Determinação Social da Saúde; o reconhecimento dos impactos do colonialismo na saúde e vida dos povos; a criação e o desenvolvimento de programas de atenção à saúde mental desses povos, e que tenham capacidade de serem adaptados para realidades de outros países, territórios e grupamentos. Clique aqui e acesse o documento.