Divulgado nesta semana, o Boletim Epidemiológico nº48 do Ministério da Saúde traz o quadro atualizado das informações referentes à microcefalia e/ou alterações do SNC em todo o Brasil e no mundo, seguindo as definições vigentes no “Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia e/ou alterações do Sistema Nervoso Central (SNC) – Versão 2.1/2016”.
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Até 15 de outubro de 2016, 9.862 casos foram notificados, segundo as definições do Protocolo de vigilância. Desses, 3.035 (31%) casos permanecem em investigação e 6.827 casos foram investigados e classificados, sendo 2.063 confirmados para microcefalia e/ou alteração do SNC
sugestivos de infecção congênita e 4.764 descartados. Do total de 9.862 casos notificados, 490 (5%) casos evoluíram para óbito fetal ou neonatal
Nos critérios de distribuição geográfica, os 9.862 casos notificados estão distribuídos em 1.716 (30,8%) dos 5.570
municípios brasileiros. É forte ainda a concentração de casos no Nordeste brasileiro. A região concentra altos números (6.623 notificações/1.650 confirmações) em comparação com o sudeste (6.623 notificações/1.650 confirmações), em segunda posição na tabela.
Até 13 de outubro de 2016, foi confirmada a transmissão vetorial autóctone do vírus Zika em 73 países e territórios no mundo desde 2007, sendo 47 (64%) nas Américas. A população mundial exposta ao vírus Zika é de 1.357.605.792 pessoas, das quais 15,3% são brasileiros.
Segunda onda: Há um número de pesquisadores que trabalham diretamente com a epidemia que acreditam que já iniciou-se a segunda onda de bebês infectados com o vírus da Zika. Como relatado na matéria País vive nova onda de bebês com microcefalia ligada à zika, publicada pela repórter Ligia Formenti no jornal O Estado de S. Paulo. Adriana Melo, médica que primeiro diagnosticou os casos em Campina Grande, afirmou que novos casos já surgem. “É uma doença sazonal. Tivemos um período mais calmo. Mas a tendência é de que a partir de agora haja um aumento de casos”, disse à reportagem.
A secretária de Saúde de Campina Grande, Luzia Pinto, afirma que o crescimento de casos agrava a preocupação com a assistência dada a famílias e bebês, atualmente com 117 crianças atendidas. “A cidade se transformou em um polo. Famílias de bebês com a síndrome, atraídas por relatos de outras mães, acabam vindo para cá”. Apesar do aumento da demanda, a cidade não recebeu recursos extras. Questionado pela reportagem, o Ministério da Saúde afirmou em nota não haver evidência científica de novo ciclo de casos de microcefalia.