No dia 2 de janeiro, o Brasil celebra o Dia do Sanitarista, um momento para reconhecer a importância desses profissionais na construção e consolidação da saúde pública. Formados para enfrentar problemas complexos, os sanitaristas atuam na promoção do direito à saúde, integrando políticas públicas, gestão em saúde, vigilância epidemiológica, pesquisa e ações comunitárias que fortalecem o Sistema Único de Saúde (SUS). Este dia também é uma oportunidade de debater os avanços e desafios enfrentados pela categoria, especialmente após a regulamentação da profissão em 2023.
A regulamentação, assegurada pela Lei nº 14.725, foi considerada um marco histórico. “Esse reconhecimento reafirma o compromisso do sanitarista com o direito à saúde e com o SUS enquanto conquista civilizatória. Contudo, também nos coloca diante do desafio de consolidar mecanismos de fiscalização e fortalecer a inserção dos egressos no mercado de trabalho”, explica Livia Souza, Coordenadora do Fórum de Graduação em Saúde Coletiva da Abrasco.
Yasmim Stum, estudante de Saúde Coletiva na UFRJ, destaca o caráter interdisciplinar da formação como diferencial da profissão. “Somos capacitados a analisar problemas de saúde considerando aspectos sociais, históricos, econômicos e ambientais. Isso nos permite unir fatores que, muitas vezes, são fragmentados pelo sistema, oferecendo uma visão integral do cuidado”, afirma, pontuando o impacto dos sanitaristas na superação de desigualdades em saúde.
Em 2024, os sanitaristas desempenharam um papel crucial na resposta a desastres ambientais e na promoção da atenção primária à saúde como eixo estruturante do SUS. Episódios como enchentes e deslizamentos em diversas regiões do país evidenciaram a necessidade de planejamento e ações integradas entre saúde e meio ambiente. “A atuação dos sanitaristas é essencial nesses cenários, pois vão além da assistência imediata, estruturando políticas e estratégias que mitigam os impactos de longo prazo e fortalecem a resiliência das comunidades atingidas”, pontua Livia Souza. Essa abordagem também reafirma o papel da atenção primária como base para a promoção da equidade em saúde, sobretudo em contextos de vulnerabilidade agravados pelas mudanças climáticas.
Para 2025, os desafios permanecem: promover maior integração dos sanitaristas no mercado de trabalho, ampliar a interdisciplinaridade nas políticas públicas e consolidar o protagonismo da categoria no enfrentamento das desigualdades em saúde. O Dia do Sanitarista é, assim, mais do que uma celebração. É um chamado à ação para fortalecer a saúde coletiva como um campo essencial para o desenvolvimento social do Brasil.