O segundo dia da 17° Conferência Nacional de Saúde seguiu marcado pela emoção dos participantes com o resgate desse espaço de diálogo. Coletiva de imprensa, finalização dos debates dos eixos temáticos, início dos grupos de trabalho e atividades culturais compuseram a extensa agenda da segunda-feira, 3 de julho.
Logo pela manhã, aconteceu a coletiva de imprensa com Nísia Trindade, ministra da saúde e abrasquiana. Durante sua fala e em respostas aos jornalistas presentes, ela reforçou a importância do evento para a democracia: “A Conferência é um instrumento constitucional, que existe desde que foi criado o Ministério da Educação e Saúde, só que no início só participava a alta cúpula do ministério. Esse formato com uma participação social ativa, como é hoje, muito maior e muito mais diversa, vem do processo de redemocratização do Brasil. Em 2023, a Conferência vem retomar esse espírito, que é o espírito do SUS, que é o espírito da democracia, com muita participação social”, enalteceu a ministra.
Durante a coletiva, a ministra também assinou duas portarias que ampliam a assistência na Rede de Atenção Psicosocial (RAPS/SUS) em todo o Brasil. Em 2023, serão investidos mais de R$ 200 milhões, a fim de amenizar o impacto causado pela gestão do governo anterior, sobretudo nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Além da ministra, participaram da coletiva o presidente do CSN, Fernando Pigatto, o Secretário de Atenção Especializada à Saúde, Helvécio Miranda, e a diretora do Departamento de Saúde Mental, Sônia Barros.
Ainda pela manhã, aconteceram os últimos painéis dos eixos temáticos, que orientam a organização das discussões das propostas e diretrizes da 17° CNS. A discussão sobre o Eixo III, “Garantir Direitos e defender o SUS, a vida e a democracia”, contou com a participação de Rachel Passos, professora da UFRJ e assessora técnica do Departamento de Saúde Mental do Ministério da Saúde; Emanuele Nascimento, psicóloga integrante do Escambo Coletivo e da Rede Coppa; e Ana Lúcia Paduello, Conselheira Nacional de Saúde e integrante da mesa diretora do CNS.
Na sequência, a discussão continuou com a temática do Eixo IV: “Amanhã vai ser outro dia para todos, todas e todes, vida e democracia”. A mesa foi composta por Luciana Viegas, autista e ativista dos direitos humanos; Cícero Felix, coordenador de articulação do semiárido Brasileiro; e Renato Simões, Secretário Nacional de Participação Social da Presidência da República.
Grupos de trabalham iniciam a discussão das propostas e diretrizes do Relatório Nacional Consolidado
Os 48 GTs, compostos pelas pessoas delegadas, deram início às discussões das 249 diretrizes e 1214 propostas que integram o Relatório Nacional Consolidado. As propostas presentes no relatório são oriundas e sistematizadas das conferências estaduais e livres, e os grupos de trabalho foram divididos de acordo com os eixos temáticos que orientam a 17° CNS.
Dezenas de abrasquianos participam das discussões e deliberações, sendo mais de 25 integrantes da Diretoria, Gts, Fóruns e Comissões da Abrasco. Para orientar as discussões, os abrasquianos têm como guia o documento “Fortalecer o SJS, em defesa da democracia e da vida”, elaborado pela Abrasco em outubro de 2020. O documento faz uma análise sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e sistematiza propostas concretas e viáveis para o aprimoramento do sistema nos próximos anos. Confira na íntegra aqui.
O presidente do CNS, Fernando Pigatto, exaltou a atuação da entidade no Conselho e na Saúde Coletiva brasileira: “A Abrasco historicamente é uma integrante do CNS, com representação plena no Conselho, e eu diria que durante a pandemia tivemos uma aproximação ainda maior, no âmbito da Frente Pela Vida. A Associação participa, inclusive, de comissões intersetoriais e câras técnicas, desempenhando um papel central no fortalecimento do controle social brasileiro”, avalia Pigatto.
O Fórum da Graduação em Saúde Coletiva da Abrasco também se fez presente durante a 17° CNS
O encontro entre egressos e estudantes de saúde coletiva que compõe o Fórum de Graduação em Saúde Coletiva da Abrasco ocorreu de forma orgânica. Durante o evento, mais de 60 estudantes e egressos se reuniram com o intuito de mobilizar, discutir e refletir sobre suas conquistas, avanços e desafios para a concretude da profissão do sanitarista no Brasil, bem como o compromisso ético-político com o SUS.
O grupo enfatizou a necessidade de fortalecimento do Fórum de Graduação da Abrasco e reafirmam seu compromisso político e formativo com a Saúde Coletiva no Brasil.