O terceiro dia da 17° Conferência Nacional de Saúde começou com um ato público em “Defesa do SUS, da vida e da democracia”, realizado em frente ao Museu da República. Bandeiras e camisas de movimentos sociais de todo o Brasil coloriram a manifestação, e chamavam atenção para pautas urgentes e necessárias para o fortalecimento do SUS e garantir o direito à saúde a todos os brasileiros.
O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, ficou emocionado com o engajamento dos participantes e salientou: “Ato de rua é cada vez mais necessário no Brasil. Nós precisamos reocupar as ruas. Não basta fazermos uma conferência em um espaço fechado, apesar da nobreza da gente discutir as propostas e as diretrizes. Essa é a prova que para o SUS se fortalecer, para a gente poder garantir democracia. nós precisamos estar nas ruas. Um ato maravilhoso”.
Vários abrasquianos marcaram presença no ato, a coordenadora do GT de Saúde Bucal da Abrasco, Sônia Chaves foi uma delas: “Uma coisa importante é observar a força dos movimentos sociais aqui, tanto de movimentos de profissionais, quanto de usuários. Como por exemplo a saúde bucal, que se organizou pela primeira vez para participar de uma conferência e conseguiu reunir um bom número de delegados técnicos e dentistas”. Sônia pontuou, ainda, que o encontro de pessoas de diferentes movimentos sociais e localidades é muito positivo, e potencializado pelo afeto.
Grupos de trabalhos avançam no debate e votação de propostas
Após a realização do ato, as pessoas delegadas da 17° Conferência Nacional retomaram as discussões em cada um de seus GTs. No total, 48 GTs discutem as 249 diretrizes e 1214 propostas que integram o Relatório Nacional Consolidado.
A abrasquiana Adriana Skamvetsakis, vice-presidente da Abrastt e profissional do Cerest/Vales, foi delegada no GT 24, do eixo 4. Ela faz uma avaliação dos trabalhos desenvolvidos até o momento: “Na minha percepção, a maioria das propostas nesse eixo eram sobre resgate dos princípios e diretrizes do SUS, como ele deve atuar. E também afirmando algumas políticas públicas para a população negra, LGBTQIA+, para os povos originários, tentando preencher essas lacunas também. Bastante propostas que vieram das conferências livres, e algumas tinham repetições, então, foi um trabalho dos GTs aglutinar algumas delas para não ficar tão repetitvo”, ponderou Adriana
Além disso, Adriana protocolou nesta terça uma moção propondo a ampliação das ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador. Para que a moção fosse aceita, foram necessárias 400 assinaturas. A vigilância é uma das competências enquanto SUS, consiste em entrar nos ambientes e processos de trabalho, para fiscalizar, fazer as inspeções e promover mudanças, melhorias, evitando acidente e doenças. A temática ainda gera conflitos: “Esse é um campo de disputa, muitas vezes acham que o SUS não tem que entrar em processos de trabalho, mas essa atuação de vigilância faz parte da atenção integral à saúde do trabalhador, tem previsão constitucional na legislação da saúde do trabalhador. Então a moção foi para fortalecer essa atuação do SUS”, explicou.
A 17° CNS encerra nesta quarta, dia 05 de julho. Pela manhã haverá A participação do presidente Lula e a tarde acontece a plenária final.