A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em parceria com a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), lança o dossiê “Danos dos Agrotóxicos na Saúde Reprodutiva”. O documento parte de uma iniciativa conjunta do Grupo Temático Saúde e Ambiente da Abrasco, com os GTs:
GT Vigilância Sanitária, GT Saúde do Trabalhador e Trabalhadora, GT Educação Popular e Saúde, GT Gênero e Saúde, GT Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva e GT Racismo e Saúde

O documento aborda as múltiplas consequências do uso de agrotóxicos na saúde reprodutiva, com estudos que apontam que a exposição aos agrotóxicos provoca alterações hormonais e genéticas em células reprodutoras e nos embriões, além de neoplasias e o aumento do risco de partos prematuros, abortamentos e malformações congênitas. Os venenos foram detectados no leite e sangue materno e do cordão umbilical. O dossiê também traz estudos sobre o processo de desregulação dos agrotóxicos no Brasil, pulverização de agrotóxicos, violação de direitos e caminhos para a reparação dos povos e comunidades atingidos.

Para a relatora do documento e conselheira da Abrasco, Nádia Fiori, trabalhar na construção do Dossiê foi um desafio constante. “Sabíamos que trazer para o conhecimento público os danos reprodutivos causados pelos agrotóxicos, causaria um grande impacto na sociedade. Foram mais de 12 meses de trabalho voluntário e intenso de um grande time reunido pelos organizadores do Dossiê, com participantes de movimentos sociais, pesquisadores e trabalhadores da saúde”, afirma.

Para conter e minimizar os impactos dos agrotóxicos na saúde da população, o documento defende a adoção de práticas agroecológicas como a criação de sistemas de vigilância, além da reparação dos danos causados. Além disso, reforça a necessidade de integrar saúde reprodutiva e ambiental nas políticas públicas. “A leitura do dossiê nos mobiliza a lutar pelos direitos reprodutivos humanos e pelos direitos da Natureza. Ele mostra a potência do trabalho transdisciplinar em um tema que atinge a todos, do produtor ao consumidor,” complementa Nádia.

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