Em comemoração a sua 150ª edição, a revista Radis convidou especialistas da Saúde e de outros campos da sociedade para apontar perspectivas e gargalos enfrentados pelo setor. Entre nomes importantes da academia, dos movimentos sociais, ONGs e entidades da sociedade civil, pesquisadores associados à Abrasco, expressando suas visões, expectativas e prognósticos sobre os caminhos a serem seguidos na busca de uma saúde universal, equânime e integral.
Ana Lucia Pontes, professora da Escola Politécnica em Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e integrante do GTSI – Abrasco, criticou o desarquivamento da Proposta de Emenda Constitucional 215, que visa transferir para o Congresso Nacional as atribuições de demarcação das terras indígenas já homologadas. “Se o processo de demarcação deixar de ser um procedimento técnico-jurídico do Executivo e passar a ser uma disputa político-partidária na Câmara, esses direitos ficaram em risco”.
Avançar nas políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde e demais setores da conhecimento, garantindo condições para o desenvolvimento nacional, de forma sustentável e e soberana, foram o destaque na análise de Luis Eugenio de Souza, professor do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) e presidente da Associação, e da pesquisadora Cristiane Quental, do Centro de Relações Internacionais da Saúde (Cris/Fiocruz), ambos membros do Comitê de Assessoramento em Ciência e Tecnologia da Associação. A ampliação desse debate nos demais campos da Saúde Coletiva também foi apontada. “Seria importante chamar as Ciências Sociais para discutir mais essa agenda, que se beneficiaria muito com sua contribuição, além de ganhar mais espaço na sociedade”, ressaltou Cristiane Quental.
Inês Rugani, diretora do Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (INU/Uerj) e vice-coordenadora do GTANSC põe no centro da agenda a implementação do Guia Alimentar para a população brasileira e a participação de nutricionistas, médicos e demais pesquisadores na 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. “Não somente avançar em algumas que estão incipientes como também evitar que retrocedam outras já estão mais consolidadas”, demarcou a pesquisadora, marcando o posicionamento necessário de valorizar políticas públicas que ultrapassam a visão medicalizada do consumo alimentar e agem em todos os aspectos da relação saúde-alimento.
Além dos abrasquianos, participaram o jornalista Gustavo Gindre, o infectologista Carlos Henrique Nery Costa, a ambientalista Maureen Santos, entre outros. Leia na íntegra e baixe o PDF.