“Assim como os especialistas em saúde pública do século XIX defenderam a melhoria urgente da habitação e do saneamento, os especialistas em saúde pública do século XXI devem defender a necessidade urgente de combater a desigualdade social – pelas mesmas razões do bem-estar público generalizado”. Esse trecho do artigo do epidemiologista Alexandre Kalache para o site do Fórum Econômico Mundial responde àqueles que tentam polarizar as ações de saúde como sendo contra a economia neste momento de pandemia do coronavírus. O abrasquiano, que já compôs cargos diretivos na Organização Mundial da Saúde (OMS), defende tal necessidade baseado em evidências: “Os dados empíricos existem. Sabemos que sociedades mais iguais são mais coesas e produtivas e menos violentas e ansiosas” traz o presidente do Centro Internacional de Longevidade do Brasil e integrante do GT Envelhecimento e Saúde Coletiva da Abrasco. Ao final de seu artigo, o epidemiologista destaca que os desfios presente e futuro “também devem redefinir de maneira abrangente os paradigmas da globalização”.
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A defesa da ciência como principal elemento a ser considerado na medidas em relação à pandemia de Covid-19 também foi apontado como fundamental por Kalache em entrevista dada ao telejornal Em Pauta, da Globo News, em 15 de abril. Segundo ele: “Não se combate uma pandemia com ‘eu acho’ ou ‘vou cruzar os dedos’. A gente combate com ciência. E essa ciência tanto vale para prevenção, quanto para o tratamento absolutamente indispensável”
Na mesma fala para a televisão, Alexandre ressaltou ainda a importância da solidariedade e o papel de organismos internacionais como a OMS. Ele lamentou a postura do presidente os Estados unidos, Donal Trump, que falou em redução de repasses para a OMS: “Eu trabalhei na OMS há treze anos e vejo agora o presidente Trump atacando e retirando verba, quando a gente mais precisava de solidariedade e saúde do ponto de vista global, com cooperação de todos”. Clique e assista.