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 POSICIONAMENTO ABRASCO 

Carta de solidariedade à pesquisa EPICOVID19-BR

Associação Brasileira de Saúde Coletiva

Testagem na etapa gaúcha da pesquisa EPICOVID19 – Foto: CCS/UFPel

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO – manifesta sua solidariedade aos pesquisadores de campo do IBOPE que participam da pesquisa “Prevalência da Covid-19 no Brasil -EPICOVID-19-BR”, coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pelas agressões e detenções policiais, quando coletavam dados em diferentes cidades do país. Trata-se de pesquisa financiada pelo Ministério da Saúde, aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). Os cuidados de proteção têm sido rigorosamente seguidos com utilização de equipamento adequado de proteção individual e ambiental. Todos os pesquisadores são testados antes de ir a campo e só podem participar quando apresentam resultados negativos para o vírus.

+ Acesse a Nota Oficial da Universidade Federal de Pelotas sobre o estudo EPICOVID19-BR

Os pesquisadores de campo foram treinados pela UFPEL para a realização do teste rápido em sangue digital (teste de anticorpos para Covid-19), o qual foi liberado pelo Ministério da Saúde para venda em farmácias e autoaplicação pela população, similar a outros testes existentes, como o de controle da glicemia. A UFPEL fez uma consulta ao CONEP, que autorizou a realização do teste nos domicílios por entrevistadores que, não necessariamente, são profissionais de saúde. Portanto, não existe qualquer motivo para impedir a pesquisa com base em falsas alegações de que o teste necessitaria ser aplicado por técnicos de saúde. Os resultados positivos são notificados imediatamente às Prefeituras.

A inaceitável violência de que foram vítimas os pesquisadores, ainda que relacionada à desinformação das prefeituras, precisa ser apurada e seus responsáveis diretos devem ser levados à Justiça, ainda que os prejuízos à pesquisa em si sejam irreparáveis. Infelizmente, esses atos de violência não são fatos isolados, mas se inserem em um clima de intolerância e agressões, fomentado pelo próprio presidente da República e seus familiares e assessores mais próximos que veem na ciência e na verdade dois de seus principais inimigos. A grave crise sanitária e política que vive o Brasil só será superada com um governo que respeite a ciência, a verdade e a democracia.

17 de maio de 2020

Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO

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