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Comissão de Epidemiologia elege nova coordenação e define local para o Epi2020

Vilma Reis

O professor Antonio Fernando Boing, da Universidade Federal de Santa Catarina, é o novo coordenador da Comissão de Epidemiologia da Abrasco. Boing, que presidiu o mais recente Congresso de Epidemiologia de Florianópolis, foi escolhido pelos membros da Comissão que participaram da reunião na manhã de 22 de maio, em São Paulo. Maria Amelia de Sousa Mascena Veras, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, que coordenou a Comissão na gestão 2015 – 2018, apresentou uma síntese do trabalho realizado pela comissão e ainda os novos nomes e instituições que compõem agora o grupo: – “É muito bom ver aqui tantos rostos novos reforçando o compromisso com a Epidemiologia e com a Abrasco”, disse Maria Amelia. Para além da construção da 10ª edição do Congresso Brasileiro de Epidemiologia, Maria Amelia enfatizou o acompanhamento da situação da epidemia de microcefalia no Brasil e participação na articulação para que as revistas cientificas do Fórum de Editores da Abrasco publicassem artigos e notas técnicas referentes à doença e ainda a representação da diretoria da Abrasco em reuniões e atos públicos pela ciência no Brasil como demandas importantes da Comissão e explicou: – “Quando tomamos posse, constituímos 4 grupos de trabaho: Ensino de Epidemiologia; História da Epidemiologia no Brasil; Relações Epidemia e Políticas Pública e ainda o grupo da Pesquisa. Infelizmente praticamente não encaminhamos estes grupos de trabalho, reitero que estes grupos foram tarefas que não conseguimos realizar mas penso que os grupos devem ser manter”, pediu. No final da apresentação a professora agradeceu aos colegas que compuseram esta comissão e à diretoria da abrasco.

Confira aqui a nova composição

Sobre a atual situação da Epidemiologia no Brasil, alguns membros da Comissão expuseram preocupações.  José Cássio de Moraes, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, chamou atenção para o esvaziamento técnico e político dos órgãos do Ministério da Saúde e da gestão do SUS: – “As crises vão continuar e se acentuar”, disse Cássio. Rafael da Silveira Moreira, do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães da Fiocruz Pernambuco, pontuou que a Epidemiologia precisa se aproximar mais dos movimentos sociais: – “Essa deve ser uma preocupação da Comissão, e sobre a comunicação, como vamos falar pra sociedade? Como vamos nos posicionar? Estes são, na minha opinião, pontos cruciais. Responder estas demandas é dever nosso, e a Comissão precisa ter este papel. é minha opinião sobre nosso dever como epidemiologistas a serviço do SUS”. O professor Moisés Goldbaum, do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo fez o alerta para o desmonte do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação – MCTIC: – “A Comissão de Epidemiologia da Abrasco não pode deixar de se posicionar sobre os constantes cortes realizados no âmbito da Ciência brasileira, são duros os ataques a que vem sendo submetida nos últimos meses: representa um desmonte das universidades e institutos de pesquisa e, por conseguinte, da própria ciência no país”, criticou Moisés.

O Secretário Executivo da Abrasco, Thiago Barreto comentou que esta composição atual da Comissão traz duas qualidades: -“As principais instituições da área continuam representadas e além disso continuamos a apoiar a diversidade, formando um termômetro real do cotidiano das diferentes instituições que compõem a Saúde Coletiva”. Sobre processo de trabalho da Abrasco com a Comissão de Epidemiologia, Thiago lembrou que a Diretoria da Associação remete ao grupo as demandas do contexto da saúde no Brasil e pontuou a importância da Comissão se posicionar perante os temas abrasquianos.

O Epi de Florianópolis

“Vamos que vamos!” convidou Antonio Boing durante a apresentação da avaliação do 10º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, que aconteceu de 7 e 11 de outubro de 2017 em Florianópolis, Santa Catarina. O professor do Departamento de Saúde Pública daUniversidade Federal de Santa Catarina presidiu o Epi2017 e apresentou o resultado da já considerada maior edição de sempre deste encontro abrasquiano: – “Este Congresso foi uma construção coletiva harmoniosa e faço aqui um imenso agradecimento à Comissão de Epidemiologia e à equipe da Abrasco. Apesar de todas as dificuldades financeiras tivemos boa avaliação dos congressistas: desda a programação científica, o diálogo com múltiplas áreas, a boa articulação academia-serviços de saúde, a qualidade dos palestrantes e ainda a atualidade e relevância dos temas. Ouvimos os participantes e hoje sabemos que cerca de 90% deles recomendariam a adoção de alimentação saudável nos próximos eventos. Também cerca de 97% recomendariam a política de equidade de gênero, 95% recomendariam o espaço amamentação e o espaço para crianças e 98% recomendariam a continuidade de ambiente livre de tabaco e de álcool – consideramos estes números expressivos um legado para a própria Abrasco que constrói agora o Abrascão 2018”, disse Boing.

De Floripa para Fortaleza

A Universidade Federal do Ceará será o palco do 11º Congresso Brasileiro de Epidemiologia da Abrasco e a professora Ligia Regina Sansigolo Franco Kerr será a anfitriã do encontro. Ligia representou o grupo cearense que, juntamente com a Universidade de Brasília, apresentaram candidaturas para sediar o evento. Após estudo da documentação recebida pela Secretaria Executiva da Abrasco destes dois grupos solicitantes, a Comissão de Epidemiologia acabou por conferir à Fortaleza o título de sede do próximo Epi. O Congresso acontecerá no segundo semestre de 2020.

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