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Comissão Pastoral da Terra mostra os conflitos no Campo

A Comissão Pastoral da Terra – CPT disponibilizou, agora em outubro, a íntegra para download gratuito da sua publicação anual Conflitos no Campo Brasil 2017. Essa é a 33ª edição do relatório que reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas pelos trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro, neles inclusos também indígenas, quilombolas e demais povos tradicionais. O relatório de 2017 destaca o maior número de assassinatos em conflitos no campo dos últimos 14 anos, 71 assassinatos – 10 a mais que no ano anterior, quando foram registrados 61 assassinatos. 31 destes assassinatos ocorreram em 5 massacres, o que corresponde a 44% do total. Além do aumento no número de mortes, houve aumento em outras violências. Tentativas de assassinatos subiram 63% e ameaças de morte 13%.

Acesse aqui a publicação anual Conflitos no Campo Brasil 2017

Dá para tapar o sol com peneira? Perguntam a Coordenação Executiva Nacional da CPT logo no início da apresentação do documento: -“Tirar da invisibilidade os povos do campo, os conflitos em que estão envolvidos, a violência que sofrem é o que a CPT se propõe fazer quando, a cada ano, lança o relatório Conflitos no Campo Brasil. 2017 escancara o alto preço que as populações do campo, sobretudo indígenas, quilombolas e homens e mulheres de outras comunidades tradicionais estão pagando como resultado do golpe político-parlamentar-midiático desfechado contra a democracia. Crescem de modo assustador os números da violência. 71 assassinatos é o maior número registrado desde 2003, quando se computaram 73 vítimas. É 16,4% maior que em 2016, quando houve o registro de 61 assassinatos e é praticamente o dobro de 2014, que registrou 36 vítimas. E esse número é ainda mais gritante se se levar em conta que o número total de conflitos em 2017, 1.431 é 6,8% menor do que em 2016, quando ocorreram 1.536 conflitos. Em 2017, o número corresponde a um assassinato a cada 20 conflitos, enquanto em 2016, correspondia um assassinato a cada 25 conflitos. O índice de 2017 é maior do que em 2003, quando os 73 assassinatos ocorreram num total de 1.639 conflitos. Igual a um assassinato a cada 22 conflitos. Mas o lado mais macabro dos assassinatos em 2017 são os massacres. Cinco massacres com 31 vítimas – em dois destes massacres, Colniza, MT,(9) e Pau D’Arco, PA, (10), o número de pessoas mortas só foi menor que o de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, com 19 mortes. Números de massacres, próximos aos de 2017, foram registrados somente no ano de 1985, com 10 casos e em 1987, com seis casos. Porém, em nenhum desses 16 casos, o número de mortes, por evento, chegou perto dos registrados em 2017”.

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