O GT Saúde Indígena (GTSI) é formado por professoras, professores, pesquisadoras e pesquisadores indígenas e não indígenas das diversas áreas da Saúde Coletiva, incluindo Epidemiologia, Ciências Sociais e Humanas em Saúde e Gestão e Planejamento, com expressiva produção acadêmica e técnica na área.
O trabalho do GTSI é pautado pelo diálogo permanente com lideranças e organizações indígenas, buscando a construção e implementação de políticas públicas para os povos indígenas. Desde sua criação, em 2000, propõe e participa de debates relevantes à Saúde Coletiva, além de representar a Abrasco nas distintas esferas do SUS quando se trata dos povos indígenas. Fez colaborações quando a Fundação Nacional de Saúde gerenciava a saúde indígena, em especial coordenando, entre 2008 e 2010, o I Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas, o mais amplo estudo sobre saúde indígena já conduzido no país. Mais recentemente, tem apoiado iniciativas da Secretaria de Saúde Indígena.
Membros do GTSI tiveram atuação estratégica em órgãos colegiados, como a Comissão Intersetorial de Saúde Indígena (CISI) do Conselho Nacional de Saúde e em órgãos de fomento à pesquisa e ao ensino de pós-graduação em saúde. O engajamento do GTSI também é exemplificado pela participação na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) n. 709, protagonizada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) em 2020 no Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou ao governo federal medidas de proteção para os povos indígenas, visando conter o avanço da pandemia de Covid-19 em seus territórios.
O GTSI realiza uma intensa programação (oficinas, minicursos, mesas redondas, sessões coordenadas, etc.) nos congressos da Abrasco e participa de outros fóruns relevantes à saúde indígena, como o grupo sobre demografia indígena da Associação Brasileira de Estudos de População. As ações afirmativas, combate ao racismo e fortalecimento do protagonismo indígena na academia também são prioridades.
Em março de 2000, a Comissão Intersetorial de Saúde Indígena (CISI) realizou uma reunião com representantes de Instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão que há anos se dedicavam a pesquisas e estudos em saúde indígena. Foi definido o papel dessas Instituições na concretização do modelo de atenção diferenciada, sem substituir o Estado na atenção à saúde indígena, propondo-se a criação de um Fórum independente e misto, constituído por membros da Abrasco e da Associação Brasileira de Antropologia. Em dezembro de 2000, na Fiocruz-AM, esse Fórum organizou uma Oficina, elaborando uma agenda de pesquisas, com temáticas como transição epidemiológica, demográfica e nutricional, estudos epidemiológicos e antropológicos, entre outras. A Oficina de dezembro de 2000 marcou a criação do GT Saúde Indígena (GTSI).
Os membros do GTSI contribuíram com os ministérios da Saúde e da Ciência e Tecnologia na consolidação das agendas de pesquisa, que geraram editais de apoio a projetos de pesquisa sobre saúde indígena. Outra atuação foi na criação da BVS Saúde dos Povos Indígenas, com um acervo significativo da produção acadêmica e de outros documentos. Também se engajou na formação e educação de agentes indígenas de saúde e de saneamento.
Ainda marca a história do GTSI a defesa das ações afirmativas e a busca da superação da assimetria entre indígenas e não indígenas na academia, promovendo a participação indígena e sua produção acadêmica. São exemplos: a presença constante de lideranças e pesquisadoras e pesquisadores indígenas nas várias atividades conduzidas pelo GTSI nos eventos da Abrasco; as ações afirmativas nos eventos da Abrasco; a inclusão de duas pesquisadoras indígenas no GTSI; o apoio a publicações científicas de pesquisadoras e pesquisadores indígenas.
Coordenação:
Felipe Tavares
Inara do Nascimento Tavares
Mauricio Soares Leite
Membros:
Ana Lúcia Pontes
Andrey Moreira Cardoso
Esther Jean Langdon
Gerson Luiz Marinho
Hernane Santos Junior
Joziléia Daniza Kaingang
Luiza Pereira Garnelo
Nayara Begalli Scalco Vieira
Ricardo Ventura Santos
Rui Arantes
Sofia Mendonça
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