Pesquisar
Close this search box.

 NOTÍCIAS 

Congresso Brasileiro de Epidemiologia: confira a história do evento e as contribuições para a saúde

Em 2004, 36 pesquisadores de diversas instituições somaram esforços para contribuir com a formação dos profissionais de saúde no Brasil e produziram 32 capítulos, organizados pelo professor Roberto Medronho. Surgiu assim o livro “Epidemiologia”, leitura obrigatória aos aspirantes que desejam mergulhar no campo do saber que se aprofunda nos estudos sobre o processo saúde-doença nas populações. – epidemiologia – do grego: epi = sobre; demos = população, povo; logos = estudo. 

Àquela época, 20 anos atrás, a reunião de esforços e os laços que permitiram a escrita de um livro a mais de 100 mãos têm seu cerne nos congressos brasileiros de Epidemiologia, organizados pela Abrasco, que possibilitaram não só a criação das redes de pesquisa, mas ajudaram a consolidar o campo da Epidemiologia no Brasil.

Com mais de 30 anos de história, a 12ª edição do Congresso Brasileiro de Epidemiologia (12º EPI), que acontece este ano no Rio de Janeiro (RJ), continua o legado de fortalecimento das redes e construção coletiva. “É um congresso bastante democrático e participativo e será uma oportunidade para fortalecer uma rede de parcerias pensando o Brasil e os mais diversos problemas de saúde”, detalha a pesquisadora Claudia Leite de Moraes, uma das presidentes do congresso junto a Enirtes Caetano e Célia Landmann (presidente de honra).

Para pensar a história do Congresso Brasileiro de Epidemiologia, as contribuições, debates e propostas, que se misturam com a formulação e implementação do próprio Sistema Único de Saúde (SUS),  é preciso voltar para a década de 1980.

Um passeio histórico 

De acordo com os pesquisadores Rita Barata, Maria Fernanda Furtado Lima e CostaI e Moisés Goldbaum (2022), cinco anos após a criação da Abrasco, em 1984, foi estabelecida a Comissão de Epidemiologia da instituição, quando foram montados os pilares para o intercâmbio entre diferentes correntes de pensamentos e criaram-se os mecanismos para acompanhar a produção científica, que já se consolidava àquele tempo. 

Alguns encontros depois, em Itaparica (BA), no ano de 1989, reunidos com a organização da Comissão de Epidemiologia da Abrasco e orientados pelo seminário “Estratégias para o Desenvolvimento da Epidemiologia no Brasil” (maio de 1989), pesquisadores e profissionais da área escreveram o “I Plano Diretor para o Desenvolvimento da Epidemiologia no Brasil”. 

Após a consolidação da Comissão da Abrasco e a sistematização do Plano Diretor, no ano seguinte, em 1990, a cidade de Campinas (SP) recebia o 1º Congresso Brasileiro de Epidemiologia. O tema da edição foi “Epidemiologia e desigualdade social: os desafios do final do século”, uma escolha que reflete o crescente interesse, à época, dos epidemiologistas no aumento da desigualdade social. 

A responsabilidade de presidir a primeira edição do EPI ficou com as pesquisadoras Ana Canesqui e Marilisa Berti de Azevedo Barros. O evento foi determinante, pois indicou a necessidade de fortalecer com dados e formação de recursos humanos o sistema de saúde, que agora se reorganizava como o SUS, com a Constituição de 1988 e a Lei Orgânica da Saúde (Lei Nº 8.080, de 19 de setembro de 1990).

Dois anos depois, em 1992, 2 mil pessoas se reuniram em Belo Horizonte (MG) para a segunda edição do EPI. As 5 oficinas, os 22 cursos, as 6 mesas-redondas, as 17 palestras e as 3 conferências foram orientadas sob o tema central do evento – “Qualidade de vida: compromisso histórico da epidemiologia”. Uma das grandes contribuições desse Congresso foram os esforços para fortalecer o ensino, uma demanda importante na formação de recursos humanos. 

Em 1995, o debate tomou proporções internacionais, quando a capital baiana, Salvador (BA), recebeu o 3º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, evento que abarcou o II Congresso Ibero-Americano de Epidemiologia, o I Congresso LatinoAmericano de Epidemiologia e a I Mostra de Tecnologia em Epidemiologia. Ao todo, 3.500 participantes de 22 países debateram juntos “A epidemiologia na busca da equidade em saúde”. 

A última edição do Congresso no século XX teve como palco a cidade do Rio de Janeiro (RJ) e trouxe novos olhares para a Epidemiologia, com o tema “Epidemiologia em perspectiva: novos tempos, pessoas e lugares”. Foram 2.200 participantes e 1.550 trabalhos apresentados. 

Novo século: os antigos e os novos desafios 

Já a primeira edição do Congresso no século XXI reuniu pesquisadores em Curitiba (PR) para pautar “A epidemiologia na promoção da saúde”. Ao todo, foram 10 oficinas, 26 cursos, 4 conferências, 6 mesas-redondas, 46 palestras, 44 painéis, 7 colóquios e 1.693 pôsteres. 

Daí para frente, a comunidade da Saúde Coletiva se reuniu mais cinco vezes para construir e debater sobre o processo saúde-doença no Brasil. Os temas abordaram desde os “métodos para um mundo em transformação” ao processo de “formação, pesquisa e intervenção no SUS”. 

Em 2021, uma emergência sanitária que paralisou o mundo, a pandemia da Covid-19, trouxe mais um desafio para a Comissão de Epidemiologia da Abrasco: realizar o primeiro congresso virtual de Epidemiologia. Afinal, mesmo com a necessidade de distanciamento social, os debates e pesquisas epidemiológicas eram fundamentais para entender e apontar soluções em meio à pandemia.

O EPI volta ao RJ

Agora, em 2024, o 12º Congresso Brasileiro de Epidemiologia (12º EPI)  acontece na cidade do Rio de Janeiro (RJ) de 24 a 27 de novembro de 2024, sendo que os dias 23 e 24 são reservados para as atividades de pré-congresso. A comunidade da Saúde Coletiva vai se reunir na capital fluminense para debater sobre “A Epidemiologia e a complexidade dos desafios sanitários“, tema principal do encontro.


Vale lembrar que ainda dá tempo de mandar seu resumo para o 12º EPI, já que o prazo foi prorrogado até 10/06/24! E quem fizer a inscrição até 28/06/24 paga o valor do 2º lote – associados da Abrasco (adimplentes) têm desconto especial.  

Clique aqui e acesse o site oficial do Congresso!

Associe-se à ABRASCO

Ser um associado (a) Abrasco, ou Abrasquiano(a), é apoiar a Saúde Coletiva como área de conhecimento, mas também compartilhar dos princípios da saúde como processo social, da participação como radicalização democrática e da ampliação dos direitos dos cidadãos. São esses princípios da Saúde Coletiva que também inspiram a Reforma Sanitária e o Sistema Único de Saúde, o SUS.

Pular para o conteúdo