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A reunião foi aberta pelo professor Luiz Augusto Facchini, da diretoria da World Federation of Public Health Association (WFPHA), que frisou a mudança que o conceito de cobertura universal vem passando. “A articulação internacional é propícia para o enfrentamento sobre o tema, que vem sendo utilizado para colocar em pé de igualdade planos privados e sistemas públicos”. Os trabalhos também tiveram coordenação de Alvaro Matida, do Centro de Relações Internacionais da Fundação Oswaldo Cruz (Cris-Fiocruz).

Para fazer desses esforços ações concretas, o grupo discutiu estratégias que expressem relações da regulação sanitária com a vida contemporânea para ganhar espaço no debate público. “Está claro que não podemos discutir sozinhos e que a Saúde Coletiva precisa ser mobilizada pela sociedade civil”, disse Luis Augusto Galvão, chefe de projetos em desenvolvimento sustentável e equidade em saúde da Opas.

O eixo temático do VI Simbravisa – Vigilância Sanitária, Desenvolvimento e Inclusão: Dilemas para a Regulação e Proteção da Saúde – foi elogiado por todos por trazer à cena o assunto. “Vemos atualmente o debate de Vigilância Sanitária discutido pelo viés da propriedade e não da saúde. Isso é claro pois é na regulação que os grandes lobbies se instalaram”, afirmou Neilton de Oliveira, diretor adjunto da Anvisa. Ações como as desenvolvidas pelo GT de Saúde Ambiental na questão dos agrotóxicos, que vem trabalhando para ampliar o Dossiê Abrasco para abarcar pesquisas latino-americanas, foram citadas como exemplos valorização da produção científica em Saúde Coletiva para a sociedade. Os temas relacionados ao consumo – tanto de alimentos como de medicamentos – devem ser os primeiros a serem abordados pelo viés da cooperação internacional.

Coordenadora da Comissão Científica do VI Simbravisa e membro do grupo temático em Vigilância Sanitária da Abrasco, a professora Lenice Reis (ENSP-Fiocruz) destacou ainda importância de fazer da cooperação internacional uma estratégia para o financiamento de pesquisas em vigilância e equidade.

Organismos internacionais: Luiz Eugenio de Souza, presidente da Abrasco, destacou o momento da revisão dos Objetivos do Milênio pela ONU como uma oportunidade para novos ganchos na troca de informações e de valorização da cooperação internacional. “Temos de apontar a saúde das pessoas e suas necessidades dentro dos objetivos em 2015, e não apenas os serviços de saúde”, comentou.

Pedro Dimitrov, do Observatório Ibero-americano de Políticas e Sistemas de Saúde, destacou que os organismos internacionais precisam receber as críticas pelas políticas públicas que vem implementando. “Há estudos científicos que indicam nas agendas das reformas europeias a causa de mortes indevidas”.

Ficou acertada a construção de um texto sobre o tema para ser socializado no encerramento do Simbravisa. Os eventos da Abrasco de 2014, como IX Congresso Brasileiro de Epidemiologia e o II Simpósio Brasileiro de Saúde e Ambiente deverão contar com espaços para a promoção do debate internacional dos temas candentes em Saúde. Outro espaço já destinado ao mote será o Congresso da Alames, programado também para 2014 na cidade de San Salvador, em El Salvador, na América Central. Além das entidades já citadas participaram também a Associação de Saúde Pública da Nicarágua, com a presença de Bernarda Hernadez, e do Foro Salud do Peru, com a participação de Alexandro Saco.

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