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Critérios de avaliação da Capes em debate na ENSP/Fiocruz

Foi no Salão Internacional da ENSP/Fiocruz, no Rio de Janeiro, que pesquisadores, estudantes e professores se reuniram para debater o sistema de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Esse é o segundo encontro que propõe o debate sobre o tema e o contexto industrial de produção científica cada vez mais se fortalecendo nos últimos anos. Guilherme Werneck afirmou que existem muitas fragilidades e limitações nesse processo avaliativo, principalmente porque é uma estrutura aplicada a todas as áreas do conhecimento. Nesse sentido, suas “cláusulas pétreas, para serem modificadas, precisam ser uma demanda de mais áreas e não apenas da Saúde Coletiva”, para, a partir daí, iniciar-se um processo coletivo de mudança.

Todos concordam que houve avanços, mas também questionam “até que ponto o aumento de artigos, livros e capítulos de livros significam aumento da qualidade”? Para Werneck, existem um desequilíbrio entre programas, muitas limitações da avaliação, principalmente no que tange aos seus critérios bibliométricos. Kenneth Camargo afirmou que é preciso abandonar os indicadores e recuperar o qualitativo. “É necessário ir contra a essa mercantilização e indústria de publicação”.

Rosana Onocko pôs em questão se serve ao Brasil uma ciência, em particular a Saúde Coletiva, grande demais. “Serve um produtivismo que não produz soluções nem inovações?”, ressaltou. A pesquisadora apontou a importância de nos perguntar sobre aonde queremos chegar com as mudanças que queremos do processo avaliativo, citando trechos da PNPG 2011-2020, que afirma que “o sistema de avaliação deverá sofrer correções de rota, sem dúvida, importantes, ainda que não resultem em novo modelo”, p. 22.

Tomando como parâmetro sua experiência como editor há 10 anos da Revista Debate em Saúde, Paulo Amarante ressaltou que hoje é muito difícil um parecer das publicações que contribuam para a transformação qualitativa do artigo, em caso de negativa, por exemplo. Defendeu que editores não deveriam ter artigos próprios nas publicações que comandam e que é necessária uma política de financiamento forte para que grupos estrangeiros ou multinacionais institucionalizem mercadologicamente as produções científicas.

Há uma carta aberta à comunidade de Pós-Graduação em Saúde Coletiva escrita pelo IMS, que expressa grande preocupação com os processos de avaliação da pós-graduação em função dos problemas que têm gerado para muitos programas, bem como a apresentação de algumas ideias para o aperfeiçoamento desses processos.

Esse será um dos temas relevantes para o debate durante o Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, a ser realizado nos dias 27 e 28 de novembro em Porto Alegre.

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