A plenária final do Abrascão 2022 marcou a tarde de quarta-feira (24) com a apresentação do balanço do Congresso, junto aos desejos e esperanças construídos durante os quatro dias do evento.
A presidente da Abrasco, Rosana Onocko, abriu a cerimônia agradecendo o comprometimento dos participantes e relembrando a postura da instituição de pensar políticas públicas de saúde de maneira idônea. “Este congresso é financiado por nós, a Abrasco nunca aceitou patrocínio de empresas farmacêuticas, de insumos de saúde e sempre prezou pela manutenção do seu compromisso com a Saúde Pública”, reforça.
E o compromisso com a Saúde Pública passa também pela participação de produtores de conhecimento que permitam que suas trajetórias e realidades contribuam para a ampliação do acesso à Saúde. Foram 7191 inscritos mais 5.500 trabalhos aprovados e cerca de 6.100 congressistas credenciados, que movimentaram 117 sessões científicas, entre mesas-redondas, painéis, grandes debates, rodas de conversa, cafés Intergeracionais, sessões especiais, palestras e conferências.
Rosana Onocko aproveitou para reforçar a importância das ações afirmativas no Congresso. “As inscrições cobrem 60% dos custos do Congresso. Ao todo, tivemos 896 inscritos por Ações Afirmativas. Nós damos um recado quando optamos por garantir a presença dessas pessoas no Congresso.”, afirma. “As ações afirmativas mudaram a cara do Abrascão”, completa. Em seguida, foram apresentados os trabalhos premiados do Abrascão 2022. Confira a lista aqui.
A ação da Comissão Local durante o Congresso também foi homenageada. Composta por membros da Diretoria da Abrasco, dos Grupos de Trabalho, Comitês e Fóruns da Abrasco e representantes de diferentes setores da sociedade baiana, incluindo as Secretarias do Estado de Saúde e de Ciência, Tecnologia e Inovação, Secretaria Estadual de Políticas para Mulheres, Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esportes, da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador, COSEMS, Conselho Estadual de Saúde, Universidades Federais e Estaduais da Bahia, e Fiocruz/BA, a Comissão foi responsável pelo contato local e também pela programação cultural do evento. “Sem uma Comissão forte é impossível sustentar um congresso deste tamanho.”, afirma Rosana Onocko.
Na ocasião, foi apresentada, também, a Carta compromisso produzida pelos GT’s da Abrasco. “Foi um evento de intenso posicionamento ético, político e jurídico, trocas de saberes e partilhas de experiências em torno dos valores defendidos pela comunidade da Saúde Coletiva e pelos diferentes grupos atuantes na luta em defesa do direito à saúde e da equidade.”, afirma o documento, lido por Diana Anunciação, do GT Racismo e Saúde/Abrasco.
A cerimônia seguiu com a leitura da carta de compromisso com a Saúde e o Ambiente. Lida por Maurício Polidoro, do GT Saúde e Ambiente/Abrasco, o documento destaca a necessidade de “reconhecer a sabedoria e as lutas de resistência de povos tradicionais, originários, de matriz africana, de camponeses, das mulheres, bem como dos trabalhadores e das periferias urbanas.” e completa: ”A transição paradigmática e civilizatória exige o reconhecimento do protagonismo desses sujeitos com políticas mais participativas e inclusivas”.
A leitura da Carta de Salvador ficou sob a responsabilidade de Rosana Onocko. O documento reafirma os compromissos da Abrasco em “vencermos a pandemia de COVID-19, apoiados no conhecimento científico; superarmos o obscurantismo social e político que se instalou no governo federal nos últimos anos; recuperarmos os fundamentos de uma democracia participativa para o país, respeitando a vontade da maioria e produzindo política pública de qualidade para todos e em todo o Brasil; recuperar para o Estado brasileiro a responsabilidade de agir em favor de uma sociedade mais justa, mais humana, mais fraterna e mais solidária.” e reafirma a democracia como bandeira única e inegociável para a garantia da justiça social por via da equidade, da liberdade, da promoção da saúde das pessoas, coletividades e do planeta.
Também foram mencionadas a Carta do 2º Simbrastt, a carta-manifesto em defesa das NASF, a carta em defesa dos povos originários, carta em defesa dos sistemas de saúde da América Latina e a carta aberta do Fórum de Coordenadores de Pós-graduação em Saúde Coletiva.
Na plenária final, um minuto de silêncio marcou a homenagem pela vida de Renan Rocha Dias, profissional de educação física e trabalhador da Atenção Primária (AP 5.1) da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
E para fechar, às vésperas do primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo de 2022, a apresentação das mulheres da banda Ya Ya Muxima reafirmou a brasilidade e a diversidade, tema do Congresso e muito presente em sua programação política e cultural.
Confira um trecho da apresentação aqui: