Durante a Mesa, o economista Pochmann fez um retrospecto sobre a transição dos padrões de desenvolvimento vividos até o presente momento na sociedade agrária, em que as pessoas viviam relativamente pouco, tinham uma expectativa de vida ao redor de 40 anos e foi até a passagem para a sociedade urbano industrial, onde a expectativa de vida aumentou e permitiu a construção de um padrão de desenvolvimento bastante avançado.
Foi discutida a construção do modelo que se vive hoje, juntamente com a transição para uma sociedade com um novo padrão de desenvolvimento, uma sociedade do conhecimento, do trabalho e material. Para Pochmann (foto), essa transição traz uma série de problemas mas também apresenta, ao mesmo tempo, a possibilidade construção de um novo paradigma civilizatório, “ As pessoas vão viver mais, a educação se coloca agora como um elemento fundamental na organização da vida da humanidade. Vê-se a possibilidade de uma sociedade em que se trabalhe menos, sobretudo um trabalho heterônomo, um trabalho pela sobrevivência, mas infelizmente, estamos observando que as pessoas estão trabalhando mais, e não estão estudando mais”, explica.
Rever o modelo educacional foi outro tema debatido na Mesa Redonda, “as gerações que estão vindo chegam informatizadas, isso implica rever a forma com que nos preparamos educacionalmente. Deveríamos abandonar nosso modelo universitário cheio de especializações, devemos ver o todo e não algumas partes, e discutir um programa de mudança relacionado com a constraução de maiorias políticas que tenha a capacidade e o poder de aglutinar forcas porque, na democracia, a correlação de forças é determinante para se mudar realidades” avalia Pochmann.
Especificamente para a Vigilância Sanitária, o economista da Unicamp abordou a questão de se trabalhar a área social como um todo e não em partes isoladas. “Devemos trabalhar com a necessidade de ter uma preocupação mais totalizante acerca do indivíduo e da sociedade, isso implicaria rever a postura dos diferentes segmentos que se organizam em torno de um tema, como a vigilância sanitária”.
Para Alexandre Saco, o tema Desenvolvimento, Democracia e Saúde foi avaliado sob o viés da experiência no Peru, das limitações da reforma governativa no decorrer dos anos. Alexandre explicou que, agora, o governo peruano está pensando em uma reforma que garanta a continuidade do serviço, a facilidade do acesso ao sistema de segurança, a igualação da saúde pública e coletiva e a permanência de seguros para pobres e trabalhadores.