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Dia 2 de janeiro – sanitaristas como profissão e inserção num mundo complexo e pandêmico

Bruno C. Dias

Da criação do primeiro Código Sanitário Brasileiro à pandemia de Covid-19, aumenta e complexifica a atuação desses profissionais
Foto: Abrasco

Atuar a partir de um olhar amplo sobre a dimensão dos fenômenos da saúde e suas diversas expressões na sociedade, centralmente na dimensão das coletividades: essa é a inserção profissional do e da sanitarista, que tem no 2 de janeiro sua data comemorativa.

A referência é a data da assinatura do Decreto Legislativo nº 3.987, que criou e regulamentou, em 2 de janeiro de 1920, o Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP). É o marco da institucionalização das ações de saúde como política governamental no Brasil, que ganhavam pela primeira vez um conjunto de diretrizes próprias e articuladas, tanto para o campo como para cidade. Ao estabelecer normas, indicou e iniciou a constituição de um corpo profissional voltado a tratar, como traz o histórico texto, da fiscalização do exercício das primeiras profissões da área; da produção de estatísticas; de obras de saneamento; da organização dos serviços de profilaxia contra doenças e de assistência à infância.

Passados mais de 100 anos, a complexidade da sociedade ocidental e o desenvolvimento tanto da ciência como dos sistemas de saúde exigem novas diretrizes e outros olhares desses profissionais. A organização das ações e serviços de saúde, estudos epidemiológicos sobre doenças e agravos e a compreensão social das relações saúde-doença motivaram pessoas das mais diversas a escolherem essa forma de atuar na sociedade, que cresceu em todas as dimensões. A titulação de sanitarista, originariamente uma especialização dentro da medicina, estendeu-se para outras profissões, incorporando conhecimentos e outras atividades profissionais; ampliou seu arco de atuação e hoje constitui um grande campo de formação: profissionalizante, pós-graduado e, mais recentemente também como formação graduada; numa articulação de ensino, pesquisa, assistência e gestão que, desde a Constituição brasileira de 1988, tem no Sistema Único de Saúde (SUS) sua grande estratégia de disseminação de ações, serviços e programas.

Essa complexidade de inserções desses profissionais só aumenta, como vemos e vivemos diante das grandes emergências de saúde, em particular a pandemia de Covid-19. Ao longo desses dois anos, vivenciamos uma realidade cheia de desafios em todos as inserções dos sanitaristas, suas diferentes áreas de atuação, temáticas e ações inter e transdisciplinares. Muitas desses debates foram e estão registrados nas sessões da Ágora Abrasco.

“Nunca antes como nestes anos pandêmicos, nós, sanitaristas, pudemos nos orgulhar tanto de quem somos e do que escolhemos. Defender a vida e a saúde, não somente a nossa, pessoal, ou a de nossas famílias e seres queridos, mas a de todos. Nós, sanitaristas, sabemos e lutamos pela defesa da vida coletiva porque sabemos que o planeta é um só e não haverá saída local nem individual, senão – e somente – coletiva. Obrigada e parabéns sanitaristas do Brasil!”, congratula Rosana Onocko Campos, presidente da Abrasco. Nesse ano que começa já no seu segundo dia com essa importante efeméride, um viva às e aos sanitaristas de todo o país.

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