
No Dia Mundial da Água, é fundamental reforçar que o acesso à água potável é um direito humano e uma condição essencial para a promoção da saúde. Em entrevista à Abrasco, o ex-Relator Especial da ONU para os Direitos Humanos à Água e ao Saneamento, Leo Heller, destacou que, apesar dos avanços no abastecimento, milhões de brasileiros ainda enfrentam dificuldades para obter água de qualidade, especialmente em comunidades vulneráveis.
A falta de acesso adequado à água impacta diretamente a saúde pública, aumentando a incidência de doenças de veiculação hídrica, como diarreias e infecções, além de comprometer a higiene e a qualidade de vida. Heller ressalta que a desigualdade nesse acesso afeta principalmente populações de baixa renda, negros, indígenas e moradores de áreas rurais e periferias urbanas, tornando o problema não apenas uma questão sanitária, mas também social.
“A significativa e inaceitável desigualdade no acesso à água reflete diretamente em condições de vida precárias, atingindo aqueles que já enfrentam outras formas de exclusão”, afirmou Heller. Ele alerta que políticas públicas voltadas ao saneamento básico precisam priorizar não apenas a expansão da cobertura, mas a garantia de que a água chegue de forma segura, contínua e acessível a todos.
Garantir esse direito é um compromisso essencial para promover a equidade e a saúde coletiva. Sem acesso à água potável, não há condições adequadas para alimentação, higiene e prevenção de doenças. Nesse sentido, o Dia Mundial da Água reforça a urgência de medidas concretas para assegurar que ninguém seja privado desse recurso vital.