De Volta aos Primórdios: em defesa do SUS como uma política antirracista, artigo de Fernanda Lopes, é um dos textos que compõe a edição temática Pandemia e Políticas Públicas: a questão étnico-racial no centro do debate, do Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi – nº 26), publicação do Análises do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Em 12 páginas, a abrasquiana, pesquisadora independente, diretora do programa do Fundo Baobá para Equidade Racial e integrante do GT Racismo e Saúde, parte da construção histórica da saúde como direito social e humano e remonta a transformação do sistema de saúde brasileiro nos últimos 50 anos, passando do modelo previdenciário para a construção de um sistema marcado pela universidade e equidade, mas que ainda carece de avanços no debate de raça/cor para que tais princípios sejam plenos.
“Ao falar sobre o SUS, resgato […] a discussão sobre determinação social da saúde, dando destaque ao racismo como determinante social e à insuficiência das discussões a respeito das desigualdades raciais em saúde”, avalia Fernanda.
A autora traz indicadores capazes de comprovar como ainda estamos distantes da equidade racial nos serviços de saúde. “Dados mostram que 55% dos pacientes negros, hospitalizados com Covid-19 em estado grave, morreram em comparação com 34% dos pacientes brancos. Este cenário reforça a tese de que o racismo institucional é manifesto na inação consciente das instituições públicas governamentais ante as necessidades da população negra”. Confira a análise completa aqui.