Produzida pelos repórteres Gabriel Rodrigues e Alex Bessas do jornal mineiro O Tempo, a matéria especial “Agrotóxico causa rombo nos gastos com saúde e licenças médicas” expõe o ritmo desenfreado com que as liberações de agrotóxicos têm ocorrido no governo Bolsonaro. Em um pouco mais de seis meses, já foram liberados 290 venenos – uma média de 1,3 por dia, equivalente a 69% do total de liberações do ano passado. Ainda há 560 venenos aguardando liberação.
Para entender os efeitos de uma quantidade nunca vista de produtos químicos disponíveis no mercado na saúde dos trabalhadores rurais e dos consumidores em geral, a reportagem ouviu os pesquisadores Marcelo Firpo e Luiz Claudio Meirelles, ambos integrantes do Grupo Temático Saúde e Ambiente, da Associação.
O texto destaca o custo das externalidades negativas por conta do uso dos agrotóxicos: para cada dólar gasto com os produtos, até US$ 1,28 são necessários para gastos posteriores em saúde e licenças médicas. Ao fazer o cálculo a partir do valor de U$ 8,9 bilhões, montante gastos com agrotóxicos conforme anunciado pela entidade patronal do setor, o Sindiveg, em 2017, o Brasil gastou cerca de US$ 11,3 bilhões. A base do cálculo está no artigo “Uso de agrotóxicos e impactos econômicos sobre a saúde“, publicado em 2012 por Firpo e Wagner Soares.
A matéria expõe também a recente revisão na classificação dos agrotóxicos feita pela Anvisa. Segundo Meirelles, reduzir a classificação e valer-se apenas do risco de morte como critério para banimento é fazer vista grossa a produtos extremamente tóxicos e banidos dos mercados norte-americano e europeu. “Um produto como o glifosato, que a Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC), da ONU, classificou como cancerígeno deveria ter uma retirada programada do mercado” diz o abrasquiano. Clique e leia a matéria completa.