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Mesa-redonda do Epivix motiva criação de pesquisa nacional sobre quilombolas

Mais do que disseminar conhecimento, os congressos da Abrasco são importantes fóruns para o nascimento e consolidação de importantes pesquisas, projetos e grupos. O mais novo exemplo desse fator potencializador é o estudo “Promoção da saúde e qualidade de vida em comunidades quilombolas de diferentes regiões brasileiras: estudo multicêntrico”, aprovado no edital voltado para pesquisas relacionadas à Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em conjunto com o Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (Decit/MS).

O professor Haroldo Ferreira, da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas (Fanut/UFAL), coordenador nacional do projeto, comenta sobre como se deu o encontro. “Tudo começou quando encontrei o professor Carlos Everaldo Coimbra, da ENSP, com quem iniciei minha experiência como pesquisador ainda no estado de Rondônia. Como estávamos na mesa-redonda Populações negligenciadas do Epivix, reunimos com mais alguns colegas presentes no local e avançamos na proposta de formação de uma rede de pesquisadores para estudar populações negligenciadas, iniciando pelos quilombolas”. A mesma mesa foi tema de uma das matérias do especial sobre o 9º Congresso Brasileiro de Epidemiologia promovido pela revista Radis – Comunicação e Saúde, da Fiocruz – leia mais aqui.

O projeto reúne nove instituições – Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Universidade de Brasília (UnB), Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz), Diretoria Regional de Brasília (BSB/Fiocruz), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau-AL) – e tem como objetivo avaliar a disponibilidade e a utilização de serviços de Atenção Primária à Saúde (APS), as condições de saúde e a qualidade de vida do grupo materno infantil e dos idosos de populações quilombolas nas diferentes regiões do Brasil, segundo a disponibilidade da
Estratégia Saúde da Família Quilombola (ESF-Q).

O estudo concentrará as atenções em 3.200 famílias nos estados de Alagoas, Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul, com a observação de 800 grupos por estado – 400 que utilizem os serviços do Estratégia Saúde da Família Quilombola e outras 400 que não disponham da rede de Atenção Primária. A coleta de dados será realizada por meio de quatro questionários semiestruturados que visam desvendar os efeitos promovidos ou não pela APS, além de consolidar indicadores alimentares e de saúde das comunidades, como a situação de segurança alimentar e nutricional, índice de massa corporal, prevalência de anemia, hipertensão arterial, entre outros.

O projeto prevê também a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, com a publicação dos resultados em periódicos nacionais e internacionais; participação de alunos de graduação e de pós-graduação em aulas práticas e em partes do levantamento, e capacitação, com remuneração, de indivíduos das comunidades para coleta de dados.

“Penso que, para nós pesquisadores, muito mais do que o acesso às novidades em nossas áreas de atuação, congressos como os realizados pela Abrasco são importantes por possibilitarem encontros e articulações profícuas no que se refere à formação de parcerias acadêmico-científicas que, de outra forma, seriam menos prováveis de se estabelecerem”, destaca o professor Haroldo Ferreira, ciente de que ciência é também um produto dos encontros.

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