Num trabalho de apuração jornalística feito pelo repórter Mateus Vargas, o site Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, noticiou em 25 de setembro que o ministro da Saúde Eduardo Pazuello teria anunciado em reunião com gestores de Estados e municípios uma série de ações de conferência de estoques e de reforço de distribuição dos medicamentos do chamado “kit covid-19” nos postos de saúde de todo o país, culminando num “dia D de combate”, como mote da ação publicitária.
A matéria “Ministério da Saúde planeja ‘Dia D’ contra covid-19 com cloroquina e pronunciamento de Bolsonaro” apontou, inclusive, para a participação direta da Presidência da República, avalizando o uso e a ministração de cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina, medicamentos que não apresentaram eficácia científica comprovada no tratamento do coronavírus.
No dia seguinte à publicação (26), a reportagem repercutiu a informação com diversos atores do setor saúde e ouviu Gulnar Azevedo, presidente da Abrasco. Diante da possibilidade desta estratégia, de fato, se concretizar, Gulnar reafirmou o dever dos sanitaristas em alertar mais uma vez para o erro da escolha de ações estratégias sem o aval da ciência.
“Reafirmamos que é uma irresponsabilidade da autoridade máxima sanitária do país defender o uso destes medicamentos, que já se mostraram ineficazes como tratamento da COVID-19 em vários estudos científicos. A pandemia no país ainda não está controlada e o que precisamos é implementar as medidas de saúde púbica recomendadas para diminuir a transmissão da SARS-Cov-2. É necessário manter o distanciamento físico, o uso de máscaras e garantir o rastreamento de todos os casos suspeitos e seus contatos. Não vais ser iludindo a população com remédios supostamente mágicos e banalizando as mortes que o Brasil saíra desta crise sanitária que é a mais grave do século” como expresso na mensagem completa da presidente enviada à reportagem. Leia a matéria atualizada.