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Quase cem vítimas do voo MH17 eram especialistas em HIV/Aids

Público Portugal

Foto Agencia Brasil / Telam

Mais de metade das vítimas que seguiam a bordo do voo MH17, entre Amesterdão e Kuala Lumpur, que se despenhou na quinta-feira na Ucrânia, eram holandeses. A companhia aérea Malaysian Airlines ainda não conseguiu apurar a nacionalidade das 298 pessoas que seguiam no Boeing 777, mas sabe-se já que perto de 100 passageiros iam participar numa conferência sobre HIV/Aids na Austrália.

A Malaysian Airlines divulgou parte da lista dos passageiros que seguiam a bordo do voo que poderá ter sido abatido por um míssil, já que o aparelho perdeu a comunicação com terra na região oriental de Donetsk, perto da cidade de Shaktarsk, e palco de combates entre forças governamentais ucranianas e rebeldes federalistas pró-russos. Na maior parte dos casos, eram holandeses, australianos, malaios, indonésios e britânicos.

Segundo o vice-presidente da empresa, Huib Gorter, os primeiros dados apontam para que 154 das vítimas fossem holandesas, 27 australianas, 43 malaias, 12 indonésias, nove britânicas, quatro alemãs, quatro belgas, três filipinas e uma canadiana. Os restantes passageiros estão ainda por identificar. Das 298 pessoas, 283 eram passageiros e 15 membros da tripulação, estes eram todos malaios. A agência russa Interfax fala em 23 cidadãos norte-americanos entre os mortos, mas a informação não foi confirmada.

A imprensa australiana também avança que perto de 100 passageiros fariam escala em Kuala Lumpur para depois seguir para Melbourne, onde no fim-de-semana decorre uma conferência internacional sobre HIV/Aids que tem entre os oradores nomes como o do antigo Presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. Entre as vítimas estão investigadores, activistas e profissionais de saúde. O holandês Joep Lange, um dos especialistas internacionais reconhecidos nesta patologia, nomeadamente pelo seu trabalho na busca de medicamentos mais acessíveis, era um dos passageiros do voo MH17. Lange, que nasceu em 1954, dedicou mais de 30 anos à investigação sobre o vírus da imunodeficiência humana e chegou a ser presidente da International AIDS Society.

Há, pelo contrário, algumas histórias com finais felizes que começam a surgir na imprensa. À BBC, a partir do aeroporto de Amesterdão, o casal Barry e Izzy Sim, acompanhados da filha de poucos meses, contaram que pretendiam viajar no voo MH17, mas por falta de lugares acabaram por escolher outra companhia aérea.

O avião tinha partido do aeroporto de Schipol, em Amesterdão, e destinava-se a Kuala Lumpur. Até ao momento, as autoridades holandesas “não tiveram acesso à lista de passageiros”, disse ao PÚBLICO o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, que tem estado em contatos com Amesterdão.

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