Artigo publicado na Corona Older, plataforma global que reúne pesquisadores de diferentes universidades do mundo dedicados aos temas do envelhecimento populacional, iniquidades e políticas públicas em países de rendas baixa e média, faz uma reflexão sobre a mudança no perfil etário na mortalidade por Covid-19 no Brasil.
O texto, assinado pelos abrasquianos Luis Eugênio de Souza e Karla Giacomin, e por Peter Lloyd-Sherlock, explica que houve aumento acentuado na mortalidade geral por Covid-19 e entre pessoas com idades entre 30 e 59 anos.
Na experiência brasileira, os autores apontam impacto da vacinação em pessoas com idades mais avançadas e que, como em outros países, há relatos na diminuição do distanciamento social entre os mais jovens, por conta de necessidades econômicas e “cansaço do isolamento”. O texto mostra ainda que há evidências preliminares de que a variante de Manaus é mais letal entre adultos jovens.
A mudança no perfil etário é significativa, contudo, a maioria das mortes ainda acontece entre pessoas com mais de 60 anos. No acompanhamendo de dados e notícias do cenário da epidemia, chama a atenção os comentários preconceituosos que surgem na mídia, como “há menos rugas e menos cabelos grisalhos entre os pacientes nas unidades de terapia intensiva no Brasil”.
Para os pesquisadores, a vacinação não pode ser a única medida para a luta contra a Covid-19, principalmente quando variantes perigosas se tornam mais prevalentes e quando não há coordenação nacional no enfrentamento da pandemia.
Acesse o artigo original, em inglês.