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Repórter SUS: 40 anos de construção da saúde coletiva no Brasil

Ana Paula Evangelista, para Brasil de Fato

Professor Luis Eugenio, da diretoria da Abrasco. Foto de Kio Lima / Abrasco

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva está celebrando 40 anos. Durante o 8º Congresso de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, “Igualdade nas diferenças: enfrentamentos na construção compartilhada do bem viver e o SUS“, realizado entre 26 e 30 de setembro, em João Pessoa, na Universidade Federal da Paraíba, houve a comemoração deste momento, que iniciou a transformação da cara da saúde no Brasil.

Luis Eugênio Portela Fernandes de Souza, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, ex-presidente da Abrasco e atual coordenador do Comitê de Relações Internacionais da Abrasco, em entrevista ao Repórter SUS, programa produzido em parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), fala sobre essa mudança que proporcionou a ampliação da visão de saúde e está na origem do Sistema Único de Saúde.

“A ideia da saúde coletiva surge de uma crítica à saúde pública tradicional, destacando dois aspectos; o primeiro é que o sistema de saúde deve ser responsável pelo conjunto de ações sobre todo o processo saúde-doença, envolvendo desde os determinantes sociais, com ações de promoção de saúde, até a reabilitação, passando pelo diagnóstico precoce, prevenção de doenças e tratamento de doenças”.

Por outro lado, a saúde pública tradicional estava focada em determinantes biológicos. “E a saúde coletiva vem demonstrar que as ações de prevenção de doenças são articuladas a ações de promoção de saúde sobre os determinantes sociais, e não apenas aos determinantes biológicos do processo saúde-doença”.

A mudança para uma visão ampliada da saúde é incorporada pelo SUS, relata o ex-presidente da Abrasco. “No dia 27 de setembro de 1979 foi criada a Abrasco, numa assembleia que aquela época reunia seis programas de pós-graduação em saúde coletiva, medicina social, medicina preventiva, saúde pública. Hoje, passados 40 anos, são quase 100 programas de pós-graduação, incluindo mestrados profissionais e de programas acadêmicos. Hoje, temos um SUS que está em todos os 5570 municípios”.

A Abrasco cresceu, se consolidou e contribuiu para fortalecer o campo da saúde coletiva no Brasil, tanto na dimensão acadêmica, de produção de conhecimento, formação de profissionais de saúde, quanto no campo dos serviços.

“Desde as campanhas de prevenção de doenças até os tratamentos mais especializados, a Abrasco reúne a comunidade que tem contribuído para o desenvolvimento do nosso país, a melhoria das condições de vida da nossa população, de uma forma  importante que merece ser festejada”.

O pesquisador reforça que a saúde coletiva, celebrada nesses 40 anos da Abrasco, é patrimônio não apenas de acadêmicos e sanitaristas, mas de toda a população, por reunir os saberes populares.

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