No Brasil, a Epidemiologia é intrínseca à Saúde Coletiva, e sua produção científica historicamente contribui para a melhora nas condições de vida e saúde da população. O 1° Congresso Brasileiro de Epidemiologia (EPI) , que ocorreu em 1990, já expressava esse direcionamento, com o tema “Epidemiologia e desigualdade social: os desafios do final do século”. Em 2024, a Abrasco se prepara para o 12º EPI, que acontecerá de 23 a 27 de novembro, no Rio de Janeiro (RJ).
Durante a pandemia de Covid-19, a maioria da população brasileira teve contato com informações epidemiológicas – desde conceitos mais simples, como o próprio entendimento do que é uma epidemia, até detalhes de transmissão e rastreamento do vírus, número de reprodução viral e taxa de cobertura vacinal. Segundo Tânia Araújo, docente da UEFS e coordenadora da Comissão de Epidemiologia da Abrasco, a popularidade da área aumentou, nesse período, e destacou sua contribuição no conhecimento e na produção da saúde no Brasil.
A pesquisadora explica que as questões de saúde no país refletem as grandes desigualdades sociais, e os grupos sociais mais vulnerabilizados sofrem maior impacto. Os problemas contemporâneos, como aumento de violência e acidentes, aprofundamento de questões de saúde mental, doenças infecciosas e emergentes, assim como agravos consequentes de extremos climáticos, convivem com problemas antigos, como verminoses, doenças negligenciadas e doenças crônicas não transmissíveis.
Com o objetivo de refletir sobre esses desafios, e propor soluções para problemas tão diversos, o 12º Epi será guiado pelo eixo Epidemiologia e a complexidade dos desafios sanitários. “Grupos diferentes estão desenvolvendo atividades por todo o país, enriquecendo a produção epidemiológica com diferentes temas e populações. É essencial que todos os contextos sanitários se vejam representados no congresso, para enfrentar tanto os problemas antigos quanto os emergentes, e entender as questões atuais, como a crise climática”, contou Araújo.
Além de membros da Comissão de Epidemiologia da Abrasco, a comissão científica do evento conta com a participação do Departamento de Ações Estratégicas em Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde. Também integram a organização representantes da Fiocruz, UERJ, UFRJ, UFF e Estácio de Sá.