A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) considera precoce e intempestiva a medida anunciada pela Prefeitura do Rio de janeiro de suspender a obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços fechados.
O Brasil e o mundo ainda se encontram em uma situação de pandemia, com imensas desigualdades no acesso as vacinas dentro e fora do país. Além disto, ainda não temos a real magnitude do incremento de casos provocados pelas aglomerações do feriado de carnaval, o que exige prudência e precaução até que possamos ter uma avaliação mais sólida da situação da pandemia no município do Rio de Janeiro, bem como na região metropolitana.
Nenhum município é uma ilha. Análises e decisões devem considerar o contexto local, mas também regional. Além disso, com o início das atividades escolares, é fundamental que sejam exigidos passaportes vacinais em todas as escolas (públicas e privadas), principalmente as que envolvem os segmentos com faixas etárias de 5 a 11 anos, uma vez que apenas 8,4% destas crianças possuem esquema vacinal completo. O reforço vacinal (3ª dose), atingindo apenas 42,3% da população, também caminha muito lentamente, fazendo com que a eliminação das medidas de proteção físicas (máscaras, distanciamento social e lavagem de mãos) se torne um ato precoce.
Não será negando a realidade que o Brasil poderá voltar ao normal, senão, ao contrário, enfrentando com responsabilidade e maturidade seus desafios sociais e sanitários, tendo como base os princípios da equidade no acesso às vacinas e da precaução na adoção de medidas de proteção.
Rio de Janeiro, 08 de março de 2022
Abrasco – Associação Brasileira de Saúde Coletiva