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Tenda Oraida Abreu colocou o Congresso em movimento

Desde que foi lançada, no 8º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, em 2008, a Tenda da Educação Popular e Saúde tem sido um espaço alternativo dentro dos congressos da Abrasco para o debate da democracia e dos processos emancipatórios dos sujeitos. No Abrascão 2015, o espaço, comumente conhecido como Tenda Paulo Freire, foi batizado com o nome de Oraida Abreu, uma homenagem à psicóloga que teve papel importante na conquista dos movimentos sociais em Goiás, especialmente na luta da Reforma Psiquiátrica.

Ivanilde Batista, uma das organizadoras da Tenda e diretora do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde), disse ter se surpreendida com a procura dos congressistas aos debates e eventos realizados no espaço. “Tivemos um mês e meio para organizar tudo e, por isso, a gente estava com uma preocupação quanto à mobilização, mas o público que participou das atividades da Tenda esteve acima das expectativas”, disse ela, orgulhosa desse “espaço de afeto para potencializar o SUS” que reuniu toda a diversidade da Saúde Coletiva, de gestores públicos a quilombolas, de pesquisadores a índios xavantes, além dos movimentos populares e sindicais.

Uma das atividades da Tenda Oraida Abreu foi organizada pela Frente Goiana Contra a Privatização da Saúde que, ao encerrar seu debate, partiu em marcha pelo Congresso e adentrou o Centro de Cultura e Eventos da UFG para protestar contra o financiamento privado do SUS, as terceirizações e privatizações, contra a redução da maioridade penal e o ajuste fiscal, entre outras questões, e conquistando o público que aguardava o Grande Debate na noite do dia 30.

Para Ivanilde Batista, as manifestações são uma das formas encontradas para cobrar as autoridades das demandas populares, inclusive as reivindicações por um sistema de saúde de fato universal e integral. “Precisamos de muita luta, principalmente agora nesse período político que estamos vivendo, com um Congresso Nacional que cassa os direitos dos trabalhadores, que terceiriza e leva o capital internacional para a saúde”, comentou ela, que considera a Tenda uma conquista política. “Enquanto se discute a ciência, que é muito importante para a saúde, a gente discute as práticas populares com parteiras, benzedeiras e raizeiras”, exemplificou.

Carlos dos Santos Silva, secretário-executivo da Abrasco, foi à Tenda para participar da roda de diálogo Formação Acadêmica, Extensão Popular, Cultura, Práticas de Ensino, Pesquisa e o Trabalho em Saúde na manhã do dia 31. Ao definir a Tenda Oraida Abreu como um espaço estratégico para problematizar o tipo de congresso que a Abrasco vem realizando, ele afirmou que, em Goiânia, o espaço teve uma particularidade: fez a Tenda ressurgir como uma iniciativa do próprio grupo local.

“A construção da Tenda Oraida Abreu e da Tenda Abrasco Jovem contou com a força dos companheiros que aqui trabalham e vivem, e talvez por isso, conseguiu congregar companheiros de várias localidades e movimentos. Isso nos ajuda a ter um movimento dentro do Congresso que questiona os modelos de eventos que a Abrasco vem fazendo”, esclareceu.

Para ele, uma das características imprescindíveis da Tenda foi evidenciar a diversidade e valorizar o movimento “que vem de baixo para cima”. “A Tenda está retomando o seu espaço real, e não como nos eventos anteriores, quando serviu para atender demandas distantes da Educação Popular”, declarou. Carlos Silva ainda saudou a importância dos movimentos sociais estarem ativos dentro deste e de outros congressos da Abrasco: “Ao entrar no grande auditório, a manifestação da Frente Goiana Contra a Privatização da Saúde pautou o próprio Congresso, colocando uma série de demandas, reivindicações e preocupações, todas justas, reais e válidas perante a atual conjuntura política”.

Leia a nota final da Tenda Oraida Abreu ao Abrascão 2015

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