13 de maio é mais um dia de luta. Luta pela vida, luta pela dignidade, luta pelo direito de respirar e de ser tratado como cidadão. A soma dessas lutas se transformou em uma batalha diária que nós, da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), apoiamos.
É inadmissível aceitar o abismo social responsável por distanciar a população negra do artigo 5 da Constituição Federal e de tantos outros direitos previstos em lei. Após 133 anos da data que, segundo os livros de história, se trata da Abolição da Escravatura no Brasil, negros e negras brasileiros clamam pelo direto à vida. Logo, não há o que comemorar.
O racismo à brasileira tem inviabilizado o acesso da população negra aos serviços de saúde de qualidade, o que só piorou com a chegada da pandemia causada pela covid-19.
Dados recentes mostram que o Brasil registra duas vezes mais pessoas brancas vacinadas do que negras. Fora isso, pacientes negros morreram em menos tempo após irem para UTI, se comparados com brancos. O critério de vacinação por faixa etária coloca a população negra em uma posição mais distante da fila por conta da menor expectativa de vida.
Tudo isso, somado ao genocídio da população negra e às condições precárias de trabalho e moradia, nos mostra que a batalha centenária pela resistência ainda se faz necessária. Não podemos vendar nossos olhos e deixar a população negra agonizar.
13 de maio, dia de Luta Contra o Racismo.
Abrasco