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GT Racismo e Saúde

O GT Racismo e Saúde é um espaço de diálogo e de articulação entre pesquisadoras/es, profissionais de saúde, gestor@s, negros em movimentos que estão trabalhando com a temáticas relacionadas ao racismo, seu impacto na sua e a forma de enfrentamento

No GT serão realizadas discussões sobre os temas relacionados ao impacto do racismo na saúde e a forma de enfrentamento – a questão racial no Brasil, seus impactos nas relações sociais e implicações sobre o processo saúde-doença da população negra; Racismo e saúde e suas interseccionalidades (especialmente gênero e classe); Doenças, agravos e condições mais frequentes na população negra; Genética; Doenças geneticamente determinadas; Bioética; Situação de saúde das populações em situação de vulnerabilidades individual, social e programática; Ciclo da vida; Condições de vida e saúde da população negra; Medicina popular de matriz africana; Contribuição das manifestações afro-brasileiras na promoção da saúde; Religiões afro-brasileira e promoção da saúde; Racismo institucional, avaliação de políticas, programas, serviços e tecnologias; Estudos curriculares, estudos sobre estratégias pedagógicas em saúde da população negra e mecanismos explícitos de superação das barreiras enfrentadas pela população negra no acesso à saúde, particularmente aquelas interpostas pelo racismo.

Reconhecemos que o racismo é um importante fator de violação de direitos e de produção de iniquidades. O racismo tem relação com as condições de vida e é também visível na qualidade da assistência e do cuidado prestados. Para enfrentar o racismo é necessária a criação de espaços de discussão e execução de políticas específicas. O racismo estrutura profundamente o escopo de democracia no Brasil, reduzindo a abrangência da cidadania, estando na base da criação e manutenção de preconceitos, ou seja, ideias e imagens estereotipadas e inferiorizantes acerca da diferença do outro e do outro diferente, justificando o tratamento desigual (discriminação). Em sua expressão na vida de indivíduos e grupos, o racismo assume três dimensões principais, segundo o modelo proposto por Camara P. Jones, racismo internalizado/pessoal, o racismo interpessoal e o racismo institucional. (Werneck, 2016).

Os dados epidemiológicos obtidos evidenciam diferenciais na saúde de brancos, negros, indígenas e amarelos – as categorias de raça/cor (quesito cor). Nesse sentido o racismo, a classe social, gênero e geração são categorias importantes no desfecho em saúde, e/ou na determinação da distribuição do processo de produção da saúde e da doença. Os estudos evidenciam as desigualdades raciais e seu impacto na saúde, revelam como o racismo opera no sistema de saúde e desafiam a agenda da gestão pública. A solução encontrada pela Abrasco para enfrentar o racismo institucionalizado foi formular e implementar um Grupo de Trabalho para garantir que esse tema seja incluído dentre as linhas de atuação da Associação.

O GT se propõe a ser um espaço privilegiado de troca entre pesquisadores, profissionais de saúde, movimentos sociais e gestores. Nossos objetivos são:

a) Propor a inclusão dos temas relacionados racismo, seu impacto na saúde e a forma de enfrentamento, bem como suas interseccionalidades (gênero, classe) em atividades, mesas, palestras, reuniões científicas e Congressos organizados pela Abrasco;

b) Propor e realizar atividades em articulação com outros GTs da Abrasco;

c) Congregar a experiência que os movimentos sociais negro tem no campo das relações raciais em saúde, a experiência dos docente que incluíram a temática racial na formação inicial, na pós-graduação e na educação permanente, o trabalho desenvolvido na gestão do Sistema Único de Saúde em especial na implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra – PNSIPN;

d) Contribuir para nortear a implantação da temática, fomentar e incluir os temas como racismo e saúde da população negra nas formações universitárias, especialmente das áreas de saúde; e na educação permanente de recursos humanos na área de saúde, como exercício de ações intersetoriais entre saúde e educação;

e) Estabelecer uma agenda de cooperação entre pesquisador@s, gestores, profissionais de saúde e sociedade civil visando reduzir as iniquidades raciais em saúde;

f) Debater quais os desafios e as estratégias utilizadas por usuários, gestores e profissionais de saúde para o enfrentamento e desconstrução do racismo no campo da saúde.

Nosso Plano de Trabalho para o biênio 2017-2018 é:

a) Realizar mesas e palestras nos Congressos e reuniões científicas organizadas pela Abrasco;

b) realizar atividades conjuntas com outros GTs da Abrasco; c) realizar encontros presenciais;

d) contribuir na elaboração e divulgação de notas;

e) realizar levantamento das pesquisadoras e pesquisadores que atuam no campo saúde da população negra.

Luís Eduardo Batista

Por que a Abrasco criou um Grupo Temático para o Racismo e Saúde?

A proposta de criação do GT Racismo e Saúde surgiu de pesquisadores, gestores, profissionais de saúde e lideranças de movimentos sociais participantes do 7º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva realizado em 2003, em Brasília. Nesse evento foi aprovada a moção que propunha a criação de um Grupo de Trabalho com a temática racial na Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco.  O “campo” de estudos saúde da população negra tem como marca a integralidade a participação popular (controle social), o princípio ético da equidade, o enfrentamento e desconstrução do racismo no campo da saúde. Também são considerados como marca desse campo a saúde como direito social, de cidadania e dignidade da pessoa humana, assim como a defesa dos princípios do Sistema Único de Saúde – SUS.

Coordenação:

Diana Anunciação Santos
Hilton Pereira da Silva
Lucélia Pereira 

Membros:

Bárbara Lima
Beatriz Carlos Correa Dulianel
Carolina Pereira da Cunha Sousa
Clarice Mota
Cláudia Rodrigues de Oliveira
Damiana Bernardo de Oliveira Neto
Daphne Rattner 
Denize Almeida Ribeiro
Denize Ornelas
Edna Maria de Araújo
Elaine Oliveira Soares
Etna Kaliane Pereira da Silva
Fernanda Souza de Bairros
Gisele Cristina Tertuliano
Ionara Magalhães de Souza
István Varga
João Luiz Dornelles Bastos
Joilda Nery 
José Carlos da Silva (Carlos Silvan)
Leny Trad
Luis Eduardo Batista
Luiza Figueiredo Farias
Marcia Pereira Alves dos Santos
Marcos Vinicius Cordeiro
Marcos Vinicius de Araújo
Maria Edna Bezerra da Silva
Marly Cruz
Mona Gizelle Dreger Nery 
Olinda do Carmo Luiz 
Patrícia Lima Ferreira Santa Rosa 
Raquel Souzas 
Regina Flauzino
Renata Coutinho Pereira 
Reni Barsaglini 
Rita de Cassia Vasconcelos
Roberta Gondim
Rosana Batista Monteiro  Roudom Ferreira Moura 
Tatiana Engel Gerhardt

Em breve.

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