O Brasil lidera o consumo mundial de agrotóxicos por hectare plantado. Entre 2013 e 2021, o país vivenciou um aumento de 45,1% no uso dessas substâncias. Em contraste com o consumo global de agrotóxicos, que totalizou 2.661.124 toneladas em 2020, o Brasil contribuiu com cerca de um quarto desse montante, uma quantidade preocupante.
É para discutir os impactos deste cenário que a Abrasco promove um encontro na próxima segunda, dia 29 de abril, na ENSP/Fiocruz (sala 407). O evento irá promover a apresentação e debate dos resultados do relatório “Saúde Reprodutiva e a Nocividade dos agrotóxicos” e de um almanaque ilustrado.
Para a coordenadora do projeto e integrante do GT Saúde e Ambienta da Abrasco, Lia Giraldo, o documento foi uma forma de avaliar a produção científica brasileira no tema dos efeitos dos agrotóxicos na saúde reprodutiva e analisar o panorama nacional quanto o arcabouço legal e as ações existentes nas políticas públicas para proteger indivíduos e grupos populacionais frente a toxicidade dos agrotóxicos na saúde reprodutiva, além de propor recomendações para mitigar seus impactos.
O documento contou com a participação de pesquisadores de diferentes universidades e regiões do país, institutos de pesquisa e alguns representantes de movimentos nacionais com abrangência nacional. Ao todo, 43 pesquisadores participaram da elaboração.
Para Lia, o debate é uma possibilidade de tirar o tema da invisibilidade, trazê-lo para o campo da saúde pública, para a pesquisa e também para os movimentos sociais. ” Também desejamos colaborar com a potencialização das politicas públicas na vigilância e no cuidado da saúde e do ambiente diante dos perigos da exposição aos agrotóxicos na área rural, urbana e em territórios de comunidades vulneráveis”, afirma.
A pesquisadora destaca que partir das recomendações apresentadas no documento é possível construir uma agenda de monitoramento público que corrobore para uma ampla politica de proteção da saúde reprodutiva, que não se limita apenas ao parelho reprodutivo, mas à vida.
O evento conta com a participação de representantes do GT Saúde e Ambiente da Abrasco, da presidente da Instituição, Rosana Onocko Campos e de representantes da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DSAST) / MS, e do Centro de Direitos Reprodutivos de Bogotá (CDR).
Debate: Saúde Reprodutiva e a Nocividade dos Agrotóxicos
Data: 29/4/2024
Local: ENSP – FIOCRUZ, Sala 407, e pela TV Abrasco
Horário: 14h – 17h
- Rosana Onocko Campos – Abrasco
- Lia Giraldo da Silva Augusto – Coordenadora do Projeto Saúde Reprodutiva e a Nocividade dos Agrotóxicos / Abrasco
- Alexandre Pessoa – GT Saúde e Ambiente da Abrasco
- Cristina Rosero-Arteaga – Centro de Direitos Reprodutivos (CDR)
- Alan Tygel – Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
- Pedro Serafim – Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos
- Agnes Soares – Departamento de Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador (DSAST)