Uma das formas de violência com um grupo é a invisibilização, que, na ciência, por exemplo, desestimula e limita a produção de estudos. Com isso, a falta de dados se torna uma lacuna que impede a elaboração ou o aprimoramento de políticas públicas.
Infelizmente, as produções científicas que discutem sobre as iniquidades em saúde envolvendo as populações LGBTI+ ainda são insuficientes, reflexo das moralidades e padrões presentes na sociedade. Dessa maneira, alguns apontamentos são importantes para garantir a produção científica engajada com a diversidade sexual e de gênero.
Pensando nisso, neste 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTI+, a Abrasco, através do GT Saúde da População LGBTI+, listou 4 sugestões para ampliar a produção científica sobre a saúde das populações LGBTI+
Confira!
Visibilidade
O Brasil ainda segue sendo o país que mais mata pessoas LGBTI+ no mundo. A comunidade científica carece de pesquisas que deem visibilidade às questões de saúde dessa população. Instituições, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estão coletando dados de parte dessa população, de modo ainda tímido, porém inédito, como na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019.
Resistência
É preciso fortalecer o exercício de resistência científica nesses tempos de inúmeros ataques morais ultraconservadores e religiosos extremistas. A produção científica é necessária para garantir rupturas na forma de olhar para as questões sexuais e de gênero no campo da Saúde.
Aliança
É preciso garantir o exercício de produção em pares e entre pares. Diversas pessoas LGBTI+ e aliadas ajudam na construção de uma ciência crítica e empoderada, que reflita a realidade estrutural das diferenças brasileiras e gere embasamento para ações, programas e políticas de saúde de modo equânime.
Financiamento
É preciso garantir e ampliar o financiamento de pesquisas acerca da saúde das populações LGBTI+. Editais e iniciativas organizacionais de fomento ajudam na construção e desenvolvimento das pesquisas.