O Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em Saúde Coletivo da Abrasco é coordenado pela por Elyne Engstrom (ENSP/Fiocruz), Marcelo Castellano (ISC/UFBA) e Nelson Felice (Unicamp). Para a realização deste encontro, os coordenadores contaram também com o apoio local Mara Lisiane, coordenadora do mestrado profissional em Saúde da Família, do Instituto Integrado de Saúde, da UFMS.
Programação do segundo dia reforça importância do diálogo entre os programas
A programação da sexta-feira deu continuidade às discussões iniciadas no dia anterior. Durante a primeira mesa da manhã foram apresentadas sínteses das propostas do painel problematizador realizado na quinta-feira, tendo como objetivo o fomento da cooperação e solidariedade entre os programas e a valorização da pluralidade que há entre eles.
Para a coordenadora do Fórum, Elyne Engstrom, que conduziu a mesa, “foram apresentadas sínteses potentes, que trouxeram olhares e vozes dos diferentes programas. Foram reflexões que nos ajudaram a entender não apenas o contexto que o Brasil está, mas também que os programas estão. E temos programas diversos: grandes, pequenos, na capital, no interior, no norte é diferente do nordeste”.
Em um segundo momento do dia, os participantes tiveram a oportunidade de debater e esclarecer dúvidas com o coordenador da Área de Saúde Coletiva da CAPES, Bernardo Lessa Horta. A avaliação quadrienal, o preenchimento do Sucupira e sua reformulação, possibilidades de financiamento, foram alguns dos temas debatidos.
Por fim, para encerrar a programação, os coordenadores do Fórum fecharam o encontro com a Plenária Final, deliberando sobre os principais encaminhamentos do Encontro. Entre as definições está a realização de reuniões periódicas acolhimento aos novos coordenadores, acompanhamento da reformulação da plataforma Sucupira, fortalecimento da comunicação do Fórum e uma atuação mais sinérgica. Além disso, foi definida a data do próximo encontro presencial, que acontecerá em Brasília, no dia 04 de outubro, um dia antes do Seminário do Meio Termo da Capes.
Balanço final: formato mais participativo trouxe bons resultados e contexto político atual traça novas perspectivas
Esta edição do encontro nacional do Fórum de Coordenadores de Pós-Graduação em Saúde Coletiva propôs um novo formato, com uma metodologia baseada nos pressupostos freirianos e no princípio da “realidade-reflexão-ação”. Desta forma, ela visou a troca dialógica de saberes e a atuação crítica sobre a realidade, com base em relações horizontais entre seus participantes.
Segundo Marcelo Castellanos, coordenador do Fórum, o objetivo era possibilitar uma maior abertura para a participação de cada um dos coordenadores, que estão em regiões diferentes, coordenando modalidades diferentes e com isso têm experiências muito distintas uma das outras. Ele reforça que “dessa diversidade, da forma como lidamos com a diferença, pode emergir algo propositivo, transformador e positivo para a saúde coletiva como um projeto e emancipação social”.
A metodologia teve uma grande aceitação dos participantes, que durante suas falas na plenária final reforçaram a satisfação de participar de um encontro com mais abertura para o diálogo e discussão de pautas comuns, para além daquelas relativas à avaliação Capes. Além disso, os participantes enalteceram o caráter acolhedor do encontro.
Outro fator de destaque, ressaltado pelos coordenadores do Fórum, é que este foi o primeiro encontro presencial após a mudança de gestão do Governo Federal. Desta forma, era essencial pensar uma programação que contemplasse o discussão sobre o panorama atual e as perspectivas da pós-graduação stricto senso no Brasil. Por isso a importância de trazer para as mesas representantes das agências financiadoras e dos ministérios. Nelson Felice, também coordenador do Fórum, explica que “o novo contexto político do Brasil possibilita esse tipo de debate, nos últimos quatro anos éramos muito pressionados, eram violências simbólicas que nos ameaçam o tempo todo e tínhamos que dar respostas a isso o tempo inteiro.”
A partir dos resultados e desdobramentos, Elyne conclui: “temos que pensar que o Fórum é um espaço de aglutinação e de desenvolver protagonismo dos coordenadores. Nós somos lideranças e podemos contribuir para a reconstrução da ciência, saúde e educação no país”.