24 de julho de 2013 – Por Flaviano Quaresma
A conferência apresentada pelo sanitarista Reinaldo Guimarães, um dos mais importantes pesquisadores na área de Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, apontou marcadores do atual mal estar na Saúde Pública no mundo e no Brasil, mas também nos localizou no cenário dos investimentos em pesquisa, conhecimento e inovação. O evento aconteceu no auditório Amélia Hatem, no CCS da UFPE nesta quarta 24/07.
Segundo Reinaldo Guimarães, mesmo que a área de pesquisa e desenvolvimento em Saúde no mundo é a que possui mais investimentos financeiros, será pouco provável a superação dos interesses comerciais pelos interesses sanitários, já que o controle sobre as contribuições financeiras voluntárias hoje é ainda maior, com um crescimento que chega a mais de 70% desde os últimos dez anos.
“Há uma crescente tensão entre o acesso a dispositivos industriais de proteção à Saúde e os interesses comerciais que os contornam, em particular, o acesso a medicamentos”, ressaltou. Guimarães afirma que o medicamento também se transformou em produto de consumo de massa, o que provoca um conflito ético e moral. Há uma disputa clara entre comércio e acesso, por isso mesmo, há dez anos, é sempre discutida a questão da “Proteção de propriedade intelectual mediante patentes e acesso a medicamentos” pela OMS (2003 – 2013).
Reinaldo Guimarães ainda falou sobre as tecnologias de base científica e os dilemas morais atuais como a “definição do estado de morte, o acesso ao patrimônio natural, as tecnologias de reprodução assistida, a pesquisa com células-tronco embrionárias humanas, a eutanásia e a ortotanásia, os sitemas de revisão ética de pesquisa com seres humanos, o aborto, e a ‘judicialização’ da Saúde”.