Pesquisadores da Saúde Pública latino-americana como Asa Cristina Laurell e Rafael González Guzmán lideram um abaixo-assinado que divulga as intenções prejudiciais do governo mexicano em realizar uma grande mudança no sistema público de saúde e de seguridade social.
O documento “Pronunciamento por el direcho a la salud” aborda as novas regras pretendidas pelo presidente Enrique Peña Nieto, que tem o interesse de reduzir os serviços públicos de atenção e ampliar o mercado privado da saúde.
A estratégia, segundo o texto, é a unificação dos serviços de tradicionais instituições da saúde mexicana, como o Instituto Mexicano de Seguro Social (IMSS) e o Instituto de Seguridade e Serviços Sociais dos Trabalhadores do Estado (ISSSTE), com o atendimento prestado pelo programa Seguro Popular, criado em 2004 como paliativo para as populações então desassistidas. Ao unificar os sistemas, irá imperar o funcionamento do Seguro Popular, que trabalha com o modelo de pacotes de serviços de pequena cobertura. Dessa forma, cerca de 50 milhões de mexicanos terão de procurar a iniciativa privada para tratamentos como insuficiência renal crônica e muitos cânceres, anteriormente oferecidos de forma gratuita pelos institutos públicos. Junto a isso, haverá o aumento do repasse financeiro do setor governamental para a rede privada.
O texto afirma que “a experiência internacional mostra que – seguindo a lógica de obter maiores lucros – as empresas privadas reduzem custos, limitam e retardam a atenção e prejudicam os pacientes que padecem de enfermidades “custosas” ou que não são considerados “bons clientes”, como enfermos crônicos, idosos e pobres”.
Ao final, conclama a todos que assinem o pronunciamento por uma saúde como direito que vai além da atenção médica, pela defesa das instituições patrimoniais da saúde mexicana e pela construção de um sistema realmente universal. Acesse o documento na íntegra e participe do abaixo-assinado.