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Saúde em Brumadinho: Epidemio traz dados inéditos

Hara Flaeschen

Foto: Prefeitura de Brumadinho

Em 2019, a população de Brumadinho, Minas Gerais, foi soterrada por uma avalanche de lama tóxica, após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale do Rio Doce. Foram mais de 200 mortes. A Epidemio – Revista Brasileira de Epidemiologia (RBE), da Abrasco, acaba de publicar um suplemento com dados sobre as condições de vida e saúde dos moradores de Brumadinho, que lidam, cotidianamente, com a memória da tragédia.

A edição especial da Epidemio apresenta informações preocupantes: há alta prevalência de doenças respiratórias na região, e observa-se altas taxas de metais pesados no organismo das pessoas – sobretudo manganês, arsênio e chumbo. Também foi diagnosticada elevada taxa de depressão e ansiedade, o que demanda cuidados com a saúde mental.

Além dos dados sobre a saúde física e mental dos moradores, a publicação também aborda o acesso e qualidade dos serviços de saúde após o desastre, insegurança alimentar e fatores associados ao trabalho remunerado. Todos os elementos foram coletados nos projetos Saúde Brumadinho e Bruminha, uma parceria entre a Fiocruz Minas e a UFRJ.

O abrasquiano Sérgio Peixoto (Fiocruz/Minas), coordenador do Saúde Brumadinho, explicou que é o primeiro estudo longitudinal que estuda residentes de locais onde ocorreram grande desastres, no Brasil. “Reunimos evidências do que acontecerá com essa população em médio e longo prazo, considerando que acompanhamos a partir de 2021, e o projeto está programado até 2024”, afirmou.

Segundo Peixoto, a pesquisa é essencial para que o Sistema Único de Saúde possa se preparar para atender essas pessoas adequadamente, e também produz um conhecimento inédito no país para a gestão adequada em casos de desastre. De 1986 a 2019, foram registrados 18 grandes acidentes com barragens no país, oito deles no estado de Minas Gerais.

Conheça os projetos Saúde Brumadinho e Bruminha

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