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Sentimentos difusos em uma “normalização” indevida no atual momento da pandemia

Thereza Reis

Praticantes de corrida no Distrito Federal. Foto: Lucas Oliveira

Reportagem do Brasil de Fato do dia 11 de agosto traz sensações e sentimentos do atual momento em que vivemos. Com mais de 100 mil mortos pela pandemia no Brasil e média de mil por dia, o que se vê é a flexibilização das medidas restritivas, ruas e bares cheios, com aglomerações. Uma “normalização” que acontece quando os patamares de casos e óbitos são altos.

Entrevistada para a matéria, Rosana Onocko, professora da Universidade de Campinas e vice-presidente da Abrasco,  definiu que uma conjunção de fatores faz com que muitos brasileiros vivam uma certa “bolha de negação”. Falando sobre normalização, a pesquisadora considera a atitude do governo federal como “irresponsável e genocida”, e que “estamos em um dos países com maior número de mortos no mundo, no qual o governo federal não fala disso e fica tentando insistir que a gente tem que ver o número dos recuperados”, afirmou.

De acordo com a pesquisadora, “as mensagens dos estados e dos municípios têm sido muito frouxas também, muito contraditórias. Então abre um dia e fecha o outro. A resistência dos nossos governantes a colocar limite as exigências econômicas, acabaram sendo um tiro no pé, porque a epidemia aqui se prolonga mais do que aconteceu em outros lugares do mundo que tomaram a decisão rígida e dramática. A cobertura social que deveria ter chegamos as pessoas para que pudessem ficar em casa também não chegou”.

Rosana Onocko também citou o chamado jeitinho brasileiro e uma certa “intolerância à frustração”, de aceitar os limites e regras ou que os limites e regras não são para todos. Além disso, a pesquisadora mencionou o descrédito das medidas de proteção contra o coronavírus. “Quem está se cuidando e respeitando o isolamento está se sentindo um trouxa”, avalia, e acrescenta que “isso vai deixar marcas na sociedade brasileira. Esse mecanismo, que é um pouco de negação, aqui não se passou nada, temos 100 mil mortos, mas não temos”, explicou ao Brasil de Fato.

No final de julho, a vice-presidente da Abrasco coordenou o painel “As marcas da pandemia Covid-19 na população serão permanentes?”, da Ágora Abrasco. Na sessão, Rosana Onocko e os convidados falaram sobre o que o jornalista Bruno C. Dias, da Comunicação da Abrasco, definiu na cobertura do evento como “uma palheta de sentimentos que vão da profunda melancolia a um contagiante êxtase pela liberdade – todas humanas, demasiadamente humanas e riscadas na pele e na alma das pessoas nesse novo normal”.

Leia a matéria completa do Brasil de Fato. E a cobertura do painel da Ágora Abrasco.

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