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Abrasco na imprensa: aceleração da vacinação e seus efeitos

Bruno C. Dias

Fila de vacinação em São Paulo – Fotos Roberto Parizotti – Fotos Públicas

(Atualizada em 28/06/2021)

À medida que avança a vacinação no Brasil mudanças nos cenários político e epidemiológico são rapidamente sentidos e relatados na imprensa, contando com a participação de abrasquianos e abrasquianas nas matérias.

A antecipação dos calendários vacinais anunciadas por prefeituras e governos estaduais nos últimos dias foi tema de reportagem de André Biernath à BBC Brasil. Disponibilidade de novos lotes, falta de campanhas de comunicação, excesso de burocracia, baixa procura dos grupos prioritários e equívocos nos critérios das filas de espera são alguns dos fatores que ajudam a explicar a antecipação.

Entre os especialistas ouvidos para a matéria está José Cássio de Moraes, decano da Comissão de Epidemiologia da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e professor e pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Apesar de ser fundamental um maior número de pessoas vacinadas o quanto antes, ele indicou que a prudência também deve ser levada em conta pelos gestores.

“O abastecimento de vacinas ainda está muito irregular no país e já acompanhamos os atrasos por uma série de fatores, como a demora para a liberação do insumo farmacêutico ativo, o IFA, na China. É um dilema difícil de resolver: os gestores podem ampliar a cobertura e vacinar mais gente com a primeira dose, mesmo sabendo do risco de sofrer atrasos com a segunda dose? Ou devem segurar os lotes no depósito quando ainda temos muita gente vulnerável?”, questiona Cássio. Segundo a reportagem, até o momento, 55,7 milhões de brasileiros, ou 26,3% da população, foi vacinada com a primeira dose. Desses, 23,7 milhões (11% do total de habitantes do país), também já receberam a segunda dose. Clique e leia a matéria.

Avanço da vacinação salva vidas: Diversos estudos e levantamentos têm mostrado com a ciência, ao contrário do negacionismo, salva vidas. Já em abril, dados gerados pelo Epicovid, estudo conduzido pelos epidemiologistas e abrasquianos Pedro Hallal e Cesar Victora demonstram que a proporção de mortes de idosos com 80 anos ou mais caiu pela metade no Brasil após o início da vacinação contra a covid-19.

Agora, mais um levantamento, esse do jornal O Globo, traz os dados com um recorte numa maior faixa de idade – acima de 65 anos – no município do Rio de Janeiro. A estimativa é de que, no mínimo, 1.512 pessoas com 65 anos ou mais foram salvas, mais de três mil internações de casos graves nesta faixa etária foram evitadas. Contudo, isso não é motivo de baixar a guarda com os cuidados, disse Gulnar Azevedo, presidente da Abrasco, à reportagem. “Esse cálculo sobre vidas salvas é uma ótima notícia e confirma o que os estudos mostravam, mas mesmo que já recebeu as duas doses precisa manter todos os cuidados possíveis.” Clique e leia a matéria.

Já Lígia Kerr, presidente do 11º Congresso Brasileiro de Epidemiologia e docente da UFC, analisou o cenário do Estado, reforçando que o ritmo depende da disponibilidade de vacinas e avaliando positivamente a agilidade e capilaridade da rede básica de saúde no Estado. Clique e leia a matéria.

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