Amélia Cohn, integrante da Comissão de Política, Planejamento e Gestão da ABRASCO, lançou no dia 11 de julho o livro "Cartas ao Presidente Lula: Bolsa Família e direitos sociais", na Livraria da Travessa do Shopping Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco, 290, Leblon/RJ).
A obra reúne cartas que dizem muito sobre o modo como pessoas comuns viam sua relação com os seus direitos sociais e com o presidente Lula. Quem as analisa não as vê de fora, com ar distanciado. A autora participou na concepção do programa Bolsa Família, enfrentou desde o dia a dia da sua montagem até as decisivas negociações com o Banco Mundial, dedicou-lhe estudo e reflexão. O resultado é um documento ao mesmo tempo qualificado e apaixonado da difícil busca da condição cidadã no Brasil.
A obra é resultado de um estudo feito à partir de 1.375 cartas enviadas ao ex presidente Lula entre 2004 e 2006 por beneficiários e postulantes do Bolsa Família. Nas correspondências são poucos os casos em que pedem favores. Predominam as tentativas de exercício daquilo que pessoas pobres veem como um direito e apelam ao presidente para que as ajude a exercê-los. Por exemplo: uma mulher cadastrada desde 2003 esperava há três anos uma resposta e não conseguia sequer ser bem tratada. Diz a professora: "Lula não é visto como pai dos pobres, como no caso de Getulio Vargas, mas sim como um presidente dos pobres". Para Amélia Cohn, "o que as cartas revelam é a presença generalizada de uma insensibilidade da máquina estatal", diz a professora. Ela aponta a existência de uma "gincana de obstáculos" no caminho de quem quer exercer seus direitos previdenciários.
(Com informações da coluna de Elio Gáspari, 08/07/2012).