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Movimento sanitário em entrevista no podcast Medicina em Debate

Bruno C. Dias, com informações do Medicina em Debate

Em cerca de 47 minutos, uma aula sobre a história do movimento sanitário e a discussão sobre os caminhos do SUS no governo Bolsonaro. Essa é a contribuição que Gulnar Azevedo e Silva, presidenta da Abrasco, e Lucia Souto, presidenta do Cebes, deram ao especial “30 anos do SUS: Ameaças e Esperanças”, produzido pelo postcast Medicina em Debate.

Gulnar analisa o contexto político e aborda a estratégia que vem sendo debatida e construída pela atual diretoria da Associação. “Temos tentado não só responder as questões que estão se colocando no dia a dia, como ataque ao SUS e retirada de direitos, mas como temos tentado trabalhar com o Cebes e demais entidades na perspectiva de construir uma frente que possa garantir que a gente não perca o que conquistamos”.

A distinção que a Abrasco tem no meio social por ser uma sociedade científica que se coloca politicamente em defesa do direito à saúde e de uma saúde universal é outro ponto alto da participação da presidenta. “Temos vários grupos temáticos que atuam nas diversas áreas da Saúde Coletiva. Considero isso uma prova da capilaridade da entidade. É fundamental podermos falar com os profissionais da Atenção Básica, com pesquisadores da área de Ciência e Tecnologia, da Saúde do Trabalhador, entre outras, e fortalecer esses vínculos para a sociedade”, explica a presidenta.

Por fim, ela ressalta que o quadro epidemiológico brasileiro se deteriora por conta do desinvestimento na Saúde Pública, algo que precisa ser encarado pelo novo governo. “O gasto em saúde é 8.8% do PIB (Produto Interno Bruto), mas menos de 40% desse valor vai para o serviço público. […] O desafio que ele [Bolsonaro] pega pela frente é um país com aumento de vários indicadores: mortalidade infantil, mortalidade pré-termo, doenças crônicas, mortalidade em idosos. É um efeito cascata. […] São doenças que estão aumentando em função do agravamento da pobreza, por conta das condições de vida. São óbitos que poderíamos estar evitando”, completa Gulnar.

Já Lucia Souto fala da construção e trajetória do Cebes e analisa que a plataforma de saúde apresentada pelo campanha Bolsonaro se assemelha à proposta da Cobertura Universal em Saúde. “Na verdade, é a velha história de fazer políticas focalizadas para grupos vulneráveis, gerando a destruição do SUS […] É uma cobertura que aponta para uma precarização do acesso à saúde pela população”.

Medicina em Debate é um podcast sobre medicina, saúde, política e opinião que tem por objetivo atingir profissionais, estudantes, mas também a população em geral para promover o debate dentro da área médica e da saúde. As dirigentes concederam entrevista ao médico Alisson Sampaio.

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